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Papa não está descendo da cruz

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Jaime Septién - publicado em 15/02/13
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Com este gesto “ele poupa a Igreja e o processo evangelizador de muitas incertezas”O que o senhor achou do texto da renúncia do Papa e do que ele acrescentou na audiência desta semana? O texto da renúncia do Papa Bento XVI à Sé de Pedro, assim como o que ele acrescentou na audiência, não deixam lugar a dúvidas: "Cheguei à certeza – disse ele – de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino". Ele falou isso com toda clareza e lucidez mental.
 
Como poderíamos ler o gesto da renúncia? Esta renúncia tem muitas leituras. Para mim, foi um ato de soberana liberdade e responsabilidade. O Papa quis poupar a Igreja dos inconvenientes de um pontificado deteriorado e do desgaste de forças e atos de governo que esse tempo carrega, quando o ritmo do mundo e da Igreja é tão veloz – ainda mais agora, com a Nova Evangelização. Ele poupa a Igreja e o processo evangelizador de muitas incertezas em uma época preciosa.
 
Há muita diferença com relação a João Paulo II… É verdade que o Papa João Paulo II não quis descer da cruz, como ele mesmo disse. Mas o Papa Bento XVI tampouco está fazendo isso. Ambos sofrem pela Igreja, mas de formas diferentes. Reconheçamos as diferenças, que são o que adorna e enriquece a Igreja. Nenhum apóstolo se parece com o outro. Jesus os escolheu diferentes, mas todos fiéis até a morte.
 
Qual é o legado de Bento XVI à Igreja? O legado do Papa Ratzinger é seu amor humilde e sábio à Igreja. Ele foi um interlocutor válido diante do mundo, partindo do esplendor da verdade e da riqueza da sua sabedoria. As pessoas iam até ele para escutá-lo, não para vê-lo somente. E ele tem o dom da clareza dentro da sua profundidade como pensador e professor. É um presente de Deus para a sua Igreja. Ele diz as verdades claramente, ainda que alguns não gostem; mas faz isso com modéstia, sem ofender. Quem tem ouvidos atentos e sinceros o ouve com atenção.
 
João Paulo II e Bento XVI são os últimos dois papas do Concílio… Tanto o Papa João Paulo II como o Papa Ratzinger foram testemunhas e atores privilegiados durante o Concílio Vaticano II. Deus destinou ambos a continuar esta obra com seu magistério, a partir da Sé de Pedro. Os planos do Senhor são admiráveis e devemos agradecer-lhe de coração.
 
Como será a Igreja agora? O que nos resta é a confiança em Deus. E orar pela Igreja. A Igreja é de Deus e está nas suas mãos. Nós somos simples servos. E servo fiel e prudente foi o Papa Bento XVI. Oremos por ele.

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