Aprenda a se defender quando batem à sua porta e dizem que Maria não é Mãe de DeusMito: Maria não pode ser chamada de Mãe de Deus.
Origem do mito: como sabemos, as testemunhas de Jeová negam a Trindade e, portanto, a divindade de Jesus Cristo. Uma coisa leva à outra: se Jesus não é Deus, então Maria não pode ser chamada de Mãe de Deus. Poderia, em todo caso, ser chamada de "mãe do Filho de Deus".
Segundo esta seita, as bases para a devoção a Maria remontam a 431, quando o Concílio de Éfeso a proclamou "Mãe de Deus" ou "Theotokos" (em grego, "a que dá à luz Deus").
O que a Bíblia diz?
1. Maria é verdadeiramente a Mãe de Jesus
"Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a lei" (Gál 4,4).
Este Filho, de quem São Paulo nos fala, é Jesus, nosso Salvador.
"Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo" (Mt 1, 16).
Maria é mencionada inúmeras vezes na Sagrada Escritura como sua Mãe (Mt 2, 11.13-14.20-21; Jn 2, 1-3; 19, 25-27). Vejamos esta significativa passagem:
"Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José" (Mt 1, 18a).
2. Jesus é Deus verdadeiro
A Bíblia nos apresenta que Jesus, nascido da Virgem Maria por obra e graça do Espírito Santo, é Deus verdadeiro.
"No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (Jo 1, 1).
São Tomás, tendo duvidado da Ressurreição do Senhor, quando vê Cristo ressuscitado, exclama ao vê-lo e ouvi-lo:
"Meu Senhor e meu Deus!" (Jo 20, 28).
Na Carta aos Romanos, o apóstolo São Paulo escreve o seguinte:
"… e os patriarcas; deles descende Cristo, segundo a carne, o qual é, sobre todas as coisas, Deus bendito para sempre" (Rom 9,5).
Um dos textos mais reveladores é este:
"Veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade, na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo" (Tit 2, 12a-13).
3. Podemos dizer que Maria é Mãe de Deus
Levando em consideração todo o anterior, é mais fácil entender por que, desde os primeiros séculos da Igreja, chamamos Maria com o belíssimo título de Mãe de Deus. De fato, a primeira em chamá-la dessa maneira foi sua prima Isabel:
"Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?" (Lc 1,43).
É preciso recordar que, naquela época, o título ou a palavra "Senhor" reservava-se apenas para Deus. Pois bem: no Novo Testamento, este título também é atribuído a Cristo (cf. Flp 2, 9-11; Rm 10, 9.13; 1Cor 2, 16), indicando sua divindade.
Assim, os católicos não acreditam que Maria seja Mãe de Deus por pensar que ela deu origem a Deus ou que é anterior a Deus. Nós a chamamos de "Mãe de Deus" porque ela é Mãe de Jesus, que é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.
Por isso, nós a saudamos com as palavras da Liturgia das Horas: "Bendita sois, Virgem Maria, pois carregastes em vosso ventre o Criador do universo" (cf. Col 1, 16-20).
E também esta expressão: "Gerastes aquele que vos criou e permanecestes Virgem para sempre".
Verdade: falando claramente, se Maria é Mãe de Jesus (Atos 1, 14) e Jesus é Deus (Tit 2, 13), podemos dizer com toda razão que Maria é Mãe de Deus, ainda que tenha dado a Jesus apenas o corpo humano.
O que o Concílio de Éfeso fez foi propor esta verdade – contida na Bíblia e presente na Sagrada Tradição – diante da heresia de Nestório, o precursor de todos aqueles que negam a maternidade divina de Maria.