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JMJ Rio 2013: a história começou assim

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Gilberto Hernández García - publicado em 23/07/13
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Minha experiência como peregrino, ao chegar ao Rio de JaneiroA emoção da JMJ não me deixou dormir. O voo que sairia da Cidade do México estava programado para as 10 da manhã, mas deveríamos estar no aeroporto desde as 8h. Todo o dia anterior foi dedicado a fazer e desfazer a mochila: no final das contas, foi mínima a bagagem que decidi levar comigo. Claro, não faltaram santinhos de Nossa Senhora de Guadalupe e alguns cartões postais do nosso país para compartilhar com os jovens de outros lugares.
 
Sobra dizer que o percurso do hotel onde meus amigos e eu nos hospedamos me pareceu eterno: o tráfego da capital do país era intenso inclusive de madrugada. Graças a Deus, chegamos sem nenhum contratempo. Todo o resto foi rápido e simples. Decolamos a tempo e logo depois peguei meu terço para rezar.
 
Não sei quantos terços rezei ao longo das quase 20 horas que a viagem durou, mas, com a aproximação do país carioca, meu coração se sentia cada vez mais agradecido a Deus por esta oportunidade de participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013.
 
Chegamos ao Rio de Janeiro no domingo, 21 de julho, e, assim que pisamos solo brasileiro, nós nos sentimos envolvidos pelo extraordinário ambiente desta reunião de fé. No aeroporto, grandes faixas, escritas em vários idiomas, davam as boas-vindas aos peregrinos provenientes de todos os cantos da Terra. Os voluntários, com rostos sorridentes e suas camisetas verdes e amarelas, nos receberam e deram informação suficiente para que pudéssemos chegar ao nosso lugar de acolhimento.
 
Hospitalidade dos pobres
 
Todos os peregrinos começaram a ser recebidos nos acampamentos preparados para esta finalidade em toda a cidade: grandes concentrações nos ginásios esportivos, com suas barracas coloridas; mas também em lares, instalações paroquiais, instituições militares e conventos.
 
Os lugares se organizaram por áreas linguísticas, com o fim de unir os peregrinos de cada idioma. Os participantes mais numerosos, depois dos brasileiros, são os de língua espanhola e inglesa. Perto das áreas de hospedagem, há lugares onde serão dadas as catequeses durante 3 dias.
 
Alguns amigos e eu nos hospedamos em casas de famílias. Logo de cara, impactou-me a pobreza do lar no qual fui recebido com tanto carinho. A dona Irene e seu esposo João nos contaram que seus filhos adolescentes os motivaram para que recebessem peregrinos. "Somos uma família pobre, mas nosso coração quer ser generoso", disseram-nos, enquanto nos davam um abraço.
 
Também nos comentaram que se sentem bem acolhendo-nos nestes dias, porque sentem que recebem o próprio Jesus. Na sala da casa, há um pequeno altar, presidido por uma modesta cruz, ao lado da qual se encontra uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Junto dela, deixei uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. A dona Irene a segurou com carinho e a beijou, enquanto uma lágrima expressava sua emoção.
 
A Jornada é nossa
 
"A Jornada é nossa!": este é o grito que se escuta nas ruas da enorme região metropolitana do Rio. Assim se resume o espírito da JMJ e se reconhecem seus protagonistas.
 
Os organizadores da Rio2013 já disseram mais de uma vez: "São eles, os jovens, os protagonistas deste grande encontro de fé, esperança e unidade". Para nós, fica claro que o principal objetivo da JMJ é dar a conhecer aos jovens do mundo inteiro a mensagem de Cristo, mas, como disseram os organizadores, "também através deles (os jovens), o rosto jovem de Cristo é mostrado ao mundo".
 
Muito se falou do "efeito Francisco" no mundo, e não há dúvida de que, ainda que se espere a presença de mais de 2 milhões de jovens, pode ser que este efeito supere todas as expectativas. E, ainda que haja manifestações contra os programas do governo do país nas ruas, é significativo ver que muitos jovens que participam destas mobilizações para reivindicar seus direitos também aguardam Francisco com esperança; em especial, as novas gerações esperam que esta visita papal traga mudanças.
 
Discípulos missionários
 
Tanto no México quanto aqui no Brasil, as pessoas nos perguntam: "O que você espera da JMJ?". Eu disse que no meu coração há uma grande alegria: sentir-me Igreja, encontrar-me com o Papa, ainda que ele esteja a muitos metros de distância; mas o fato de escutá-lo, de receber diretamente dele a mensagem do Evangelho, me motiva a assimilá-lo e transmiti-lo.
 
Sinto vontade de cumprir minha missão: "Vá e anuncie o Evangelho". Assim, nas catequeses, nas Missas, na via sacra, na vigília de oração, no encontro com outros jovens peregrinos, espero recarregar as baterias com a Boa Nova, para dar sentido à minha vida e à de muitos outros.
 
Aqui, no país com o maior número de católicos do mundo, muito além dos seus encantos turísticos, a participação na JMJ requer "um corpo preparado para a peregrinação e um coração aberto às maravilhas que Deus reservou para cada um".
 
Francisco, ao encontro dos jovens
 
Enquanto escrevo este relato, vejo o tuíte do Papa ao sair de Roma: "Dentro de algumas horas chego ao Brasil, e já sinto o coração cheio de alegria por em breve estar celebrando com vocês a 28ª JMJ". Ele vem, como disse há alguns dias, para se encontrar com jovens do mundo inteiro e motivá-los a ser testemunhas de esperança e construtores da paz.

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