Um grupo invadiu a catedral durante a missa e tentou parar a celebração; depois de cinco dias fechada, igreja reabriu com celebração de missa de desagravo
A Catedral Metropolitana de Santiago do Chile voltou a abrir suas portas aos fiéis depois de ter permanecido fechada por cinco dias. No dia 31 de julho houve uma missa de desagravo presidida pelo arcebispo, Dom Ricardo Ezzatti Andrello.
A Catedral foi fechada depois de ter sido profanada durante a celebração eucarística de 25 de julho, quando se celebrava a festa de Santiago Apóstolo, padroeiro da arquidiocese e da cidade.
Naquela tarde, um grupo entrou na Catedral gritando frases contra a vida e a favor do aborto. Por mais de 20 minutos, o grupo tentou interromper a celebração eucarística, mas não conseguiu.
“A intolerância dos fanáticos e sua violenta irracionalidade foram uma grave ofensa a Deus e à comunidade dos crentes em Cristo, deixou marcas dolorosas em agressões maus-tratos a várias pessoas e na destruição e dano ao patrimônio artístico religioso do principal templo do país”, disse em uma carta Dom Ezzati.
Frente a esses acontecimentos, o arcebispo chileno pediu aos católicos do país que invocassem o perdão de Deus “pelas ofensas desses fanáticos”, pois “uma vez mais, a violência é a razão daqueles que não sabem usar a razão”.
Dom Ezzati, em sua carta, recordou “que impedir a celebração da Santa Missa e profanar um lugar sagrado são fatos que se revestem de uma especial gravidade, pela intolerância que implicam e pelo agravante à liberdade religiosa e de culto”.
“Esta garantia – afirma o arcebispo –, direito fundamental de toda pessoa humana, está reconhecida tanto em nossa Constituição Política como em todos os instrumentos internacionais ratificados por nosso país”.
O arcebispo ressaltou que a Catedral é um lugar aberto ao público, declarado Monumento Nacional, aonde todos os dias vão centenas de cidadãos, que nesses últimos tempos têm sido ameaçados pela instalação de bombas e outras agressões”.
No dia 31 de julho, durante a celebração eucarística de desagravo, Dom Ezzati recordou que a festa do padroeiro se viu marcada por pessoas violentas, que despejaram seu ódio contra Deus, a Virgem e a casa dos filhos de Deus.
“Uma violência irracional pensou que poderia vencer a razão e a fé; um ateísmo desfigurado pensou que, com seus gritos, poderia matar Deus. Pobres desiludidos, Pai, perdoai-os, porque não sabem o que fazem”. O arcebispo pediu que se supere esse tipo de ódio no Chile.