Bispo qualificou a ação como “fria e covarde”; algumas imagens ficaram irrecuperáveis porque foram barbaramente destruídas“Uma ação perpetrada de maneira fria e covarde”. Assim Dom Joaquim Ferreira Lopes, Bispo de Viana, descreve a profanação do Santuário de Muxima, em Angola.
Segundo Radio Ecclesia (emissora da Igreja angolana), no domingo 27 de outubro, 6 pessoas não identificadas vandalizaram e destruíram algumas imagens de Nossa Senhora veneradas no Santuário.
“Felizmente, a imagem principal de Nossa Senhora de Muxima sofreu danos limitados, mas outras imagens são irrecuperáveis porque foram barbaramente destruídas”, afirmou o Bispo. O grave ato de vandalismo foi cometido no dia do encerramento do Ano da Fé em Angola.
Recebida a notícia centenas de fiéis se reuniram diante do santuário para protestar. Dom Lopes convidou todos a manter a calma, mas sublinhou que além de alguns danos materiais, as autoridades devem considerar “os danos menos visíveis, ou seja, os danos morais que afetam o coração das pessoas que provocam raiva na população, que se sente privada dos símbolos aos quais é muito devota”. As autoridades anunciaram uma investigação e o recurso a especialistas para consertar a imagem da Virgem.
Segundo notícias da imprensa, a polícia parou algumas pessoas pertencentes à confissão evangélica chamada “Igreja profética da Arca de Belém” e está avaliando a sua posição em relação ao ato de profanação.
Os bispos angolanos expressaram em várias ocasiões suas preocupações pelo aumento das seitas e pelo forte crescimento de imigrantes de religião muçulmana no país. Uma preocupação manifestada no final de sua última Assembleia Plenária por Dom Manuel Imbamba Arcebispo de Saurimo e porta-voz da CEAST, que numa entrevista à Rádio Ecclesia afirmou que a Igreja Católica não pode impedir a entrada de algumas religiões no país, mas sublinhou que não se pode ignorar “as graves consequências” por causa da chegada de formas religiosas marcadas “pela intolerância, fundamentalismo, violência e perversão de sua própria cultura”.
Recordando que existem países que financiam a expansão do Islã para fins políticos, Dom Imbamba concluiu: "devemos ficar atentos contra essas situações, olhando para as situações de violência na Nigéria, República Centro-Africana e Oriente Médio”