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Rabino Skorka: com o Papa Francisco, até as sinagogas ficam lotadas

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Aleteia Vaticano - publicado em 14/01/14
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O representante do judaísmo argentino fala da sua amizade com o PontíficeEles se encontravam em Buenos Aires, e atualmente o Papa Francisco considera o rabino Abraham Skorka como um “irmão e amigo” – tanto é assim que foi ele um dos primeiros destinatários das suas já famosas ligações telefônicas, poucas horas depois da eleição.
 
Falando sobre como esta amizade nasceu, em uma entrevista a “Credere” (12 de janeiro), o rabino conta: “Em 1999, por ocasião da festa nacional, eu havia sido convidado ao Te Deum como representante da comunidade judaica. No final da cerimônia, todos cumprimentariam o arcebispo, e nos recomendaram que fôssemos breves. Na minha vez, fiz um veloz comentário sobre sua homilia. Ele, olhando para mim, fez uma brincadeira sobre nosso gosto pelo futebol. Considerei esta frase como uma porta que se abria”.
 
Desde então, deram vida a um diálogo sobre o patrimônio sapiencial do judaísmo e do cristianismo, e sobre os grandes temas da vida humana. Suas conversas de dois anos e meio se tornaram um programa de televisão de 30 episódios, que foi transmitido tanto pelo Canal 21, a emissora da arquidiocese de Buenos Aires, como pelo Canal 10, a emissora judaica local. Posteriormente, nasceu um ensaio, “O céu e a terra” (Ed. Sudamericana, Buenos Aires, 2010).
 
“Após uma derrota do River – escreve Bergoglio no livro –, eu decidi lhe perguntar se naquela noite jantaria caçarola de frango.” O River Plate é o time do coração do rabino (Bergoglio torce para o rival, San Lorenzo), “frango” é o apelido dado aos torcedores do River e a caçarola de frango é um prato típico argentino.
 
Bergoglio também fez questão de que o rabino Skorka escrevesse o prólogo de “O jesuíta” (2010), o livro-conversa com Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti que se tornou depois um best-seller mundial, como primeira biografia autorizada do novo papa latino-americano.
 
Com relação às novidades introduzidas pelo Papa, o rabino Skorka afirmou: “Era o que eu esperava, mas espero ainda mais. (…) É verdade – acrescentou –, seu impacto no mundo foi superlativo; é impressionante ver as igrejas e praças lotadas. Inclusive, depois da sua eleição, até as sinagogas são mais frequentadas pelos nossos fiéis: Bergoglio está colocando em prática que ser homens de fé significa ser homens de esperança”.
 
Segundo o rabino, que é reitor do Colégio Rabínico Latino-Americano, o pontificado de Francisco será marcado por uma relação particular com o judaísmo; e recordou que, em 2012, 50 anos depois do Concílio Vaticano II, quando Bergoglio decidiu distingui-lo com o doutorado honoris causa na Universidade Católica Argentina, era a primeira vez na América Latina que o título era conferido a um rabino. “Ele me deu o diploma e, sem microfone, me disse: ‘Você não imagina quanto eu esperava por este momento!’”, contou a “Credere”.

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