Se eu não faço nada de errado, mas coopero com o mal que outros fazem, o que devo fazer?Uma pergunta de um leitor chileno: “Alguém poderia me dizer o que acontece quando um católico trabalha para um prestamista (agiota)? Está pecando ou não, já que é somente um funcionário?”.
Esta questão pode se estender a qualquer emprego que suponha uma colaboração com algo imoral. Não se trata de que a empresa cometa irregularidades ou um setor da sua atividade seja imoral (o que exigiria uma análise à parte), mas que sua própria atividade, ou sua atividade principal, seja imoral. Este é, evidentemente, o caso de um agiota.
Quando o trabalho desempenhado não é em si mesmo imoral (por exemplo, a função de contador), estamos em uma situação de cooperação com o mal. Não se realiza propriamente um mal, mas o que se faz coopera com o mal que ali se exerce.
O princípio geral é que não se deve cooperar com o mal. Quando há bens em jogo ao fazê-lo, e sempre que as próprias ações não constituam uma imoralidade, é preciso estudar o tipo de cooperação, a necessidade dela e os bens em jogo.
Como não se trata aqui de fazer um estudo aprofundado sobre a cooperação com o mal, mas somente responder a uma pergunta concreta, eu me limitarei ao caso em questão.
Suponhamos que o propósito que motiva quem trabalha seja, como costuma ser habitual, o próprio sustento e o da sua família, e que se depende do salário para viver. O que é necessário, aqui, é procurar outro emprego (não se pode permanecer ao serviço de um negócio assim), ainda que a necessidade de proporcionar o sustento familiar motive a que, enquanto isso, se permaneça com esse trabalho.
Mas entenda bem: isso não significa uma licença para continuar enquanto não aparece outra coisa, mas o dever de buscar, o quanto antes, um lugar mais digno para se trabalhar. Um cristão não pode ser cúmplice de um agiota.
É certo trabalhar para um agiota?
© Ljupco Smokovski / Shutterstock
Julio De la Vega Hazas - publicado em 10/02/14
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