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Atentados na Nigéria: são os pobres trabalhadores as vítimas

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Agência Fides - publicado em 15/04/14
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“A situação é muito difícil. O Exército está perseguindo os homens de Boko Haram, mas estes em resposta cometem represálias contra os civis”
Duas fortes explosões ocorridas ontem na rodoviária de Nyanya Motor Park na capital nigeriana, Abuja, provocaram dezenas de mortes. Fala-se de mais de duzentos. As autoridades ainda não têm divulgaram, no entanto, um número oficial da explosão que envolveu dezenas de veículos.

"O lugar onde o ataque foi perpetrado hoje é um dos maiores subúrbios de Abuja e se encontra a 15-20 km do centro de Abuja", disse à Agência Fides o sacerdote Pe. Patrick Tor Alumuku, Diretor de Comunicações Sociais da Arquidiocese de Abuja.

"A rodoviária atingida pela explosão é normalmente utilizada por um grande número de passageiros para chegar ao trabalho no centro da capital. As vítimas são pessoas normais, pertencentes à classe trabalhadora que estavam indo para o seu local de trabalho".

"As autoridades ainda não confirmaram que tenha se tratado de um ataque de Boko Haram, mas o modo de agir do crime faz pensar em Boko Haram", disse Pe. Patrick.

No domingo, 13 de abril, o grupo islâmico radical Boko Haram matou pelo menos 60 pessoas em várias aldeias no nordeste da Nigéria. "A situação é muito difícil. O Exército está perseguindo os homens de Boko Haram, mas estes em resposta cometem represálias contra os civis", disse Pe. Patrick.

O sacerdote explica que a capacidade da seita islâmica de resistir aos ataques do exército vem da ajuda que recebe do exterior. "Um grande número de combatentes de Boko Haram não são nigerianos, porque Al-Qaeda no Magrebe Islâmico decidiu oferecer apoio à seita islâmica nigeriana", disse Pe. Patrick. Assim, centenas de homens de AQMI provenientes do exterior foram para a Nigéria para reforçar as fileiras do Boko Haram. Por sua vez, AQMI recebe fundos de alguns Estados que desta forma conduzem uma guerra indireta contra a Nigéria. AQMI está, portanto, envolvida no financiamento, suporte e treinamento de combatentes de Boko Haram. Não é mais uma guerra interna".

Na Nigéria, circula a notícia de que há helicópteros que lançam do alto fornecimento para Boko Haram. Um fato confirmado por Pe. Patrick que diz: "Estas aeronaves são das regiões do Magrebe onde eles têm suas bases. É um pouco "como se na Itália estourasse uma guerra civil no norte e os rebeldes recebessem reforço de helicópteros da Suíça ou Áustria".

(Fides)

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