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O que a Igreja diz se uma mulher está grávida e decide não se casar?

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Toscana Oggi - publicado em 14/09/14
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A comunidade deve acompanhar ativamente mulheres que vivem a gravidez em casos particularmente delicados
O que prevê a Igreja no caso de uma mulher que está grávida mas decide não se casar com o pai da criança?

Resposta do padre Maurizio Faggioni, professor de Teologia moral

A pergunta do leitor nos traz a oportunidade de fazer algumas reflexões sobre mudanças de costume e sensibilidade moral no nosso tempo.

Há alguns anos a condição de uma mulher que tinha um filho fora do casamento era considerada socialmente vergonhosa. Tempos nos quais a vida sexual antes e fora do casamento era sancionada, não somente pela moral católica, mas também pelo costume em geral. O nascimento de uma criança fora do matrimônio tinha o peso de uma marca infâmia. Era uma regra a marginalização mais ou menos evidente da mulher, tantas vezes jovem, e até mesmo menores de idade, que ficaram grávidas fora do matrimônio e que, por alguma razão, não se casam com o pai da criança. Esta preocupação negativa se refletia também nos filhos que nasceram fora do matrimônio, ou seja, em condições de ilegitimidade, marcados com a conotação de “filho de pai desconhecido” ou até mesmo não reconhecido pelo pai biológico.

Hoje a promiscuidade sexual é tolerada pelo costume prevalecente, e o nascimento de uma criança com mãe sem marido, ou companheiro, não constitui mais motivo de reprovação. Pergunta-se, às vezes, por que uma menina foi tão desprecavida a ponto de não se proteger com contraceptivos. Em alguns casos as pessoas, chegam a recomendar a interrupção da gravidez para menores de idade e até mesmo jovens que teriam suas vidas “arruinadas” com a chegada da criança.

Diante deste cenário desconcertante, a sensibilidade eclesial hoje considera, de uma maneira nova, a situação das mães fora do matrimônio. Uma mulher que, mesmo entre mil incoerências e fragilidades, decide levar adiante uma gravidez fora do matrimônio merece respeito porque ela teria em mãos uma "solução" – o aborto -, mas decidiu dizer sim à vida. Às vezes, a gravidez acelera a escolha do matrimônio por parte de um casal estável ainda não casado, mas às vezes o pai da criança não está disposto a assumir as próprias responsabilidades, e é a mulher que não considera oportuno forçar o casamento somente para regularizar uma situação. É verdade que uma criança precisa dos pais para crescer de maneira harmoniosa, mas também é verdade que um matrimônio forçado pelas situações pode criar uma dinâmica difícil de casal e, ao fim, não favorável nem para a criança. 

Uma mulher que recusa atalhos fáceis, mas acolhe com coragem, às vezes sem ajuda, uma vida que floresce nela, demonstra possuir no seu íntimo um nobre sentido de responsabilidade com a vida. A comunidade cristã se compromete a acompanhar e apoiar ativamente mulheres que vivem a gravidez em casos particularmente delicados. Entre estes casos, encontramos situações de mulheres que, fora do matrimônio, decidem acolher com amor uma criança que leva no ventre.

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