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Ex-prisioneira de um campo de concentração abraça seu carcereiro

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Lucandrea Massaro - publicado em 10/05/15
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A história de Eva Kor e do ex-SS Oskar Groening: o perdão que supera o ódio
O aperto de mãos entre uma sobrevivente e um dos gestores do campo de concentração de Auschwitz foi um acontecimento no processo do ex-SS Oskar Groening, o “contador” do campo de concentração símbolo da Shoah, atrás das grades por ter contribuído com o extermínio de mais de 300 mil judeus húngaros.
 
Um gesto polêmico
 
Eva Kor havia perdoado Groening publicamente, após ter relatado na sala judicial os experimentos do Dr. Mengele sofridos por ela quando era criança. Kor se sentiu impulsionada a estender a mão ao imputado, e a imagem foi imortalizada por um fotógrafo.
 
A mulher depois publicou a foto no Twitter, escrevendo que o perdão foi para ela “um ato de autoterapia e autolibertação”. Foi muito particular a própria admissão de responsabilidade de Groening, que abriu o processo declarando: “Não há dúvida de que eu seja corresponsável moralmente”.
 
O gesto de Eva Kor, no entanto, gerou muita polêmica e duras reações por parte de outros sobreviventes dos campos de concentração nazistas: “Não podemos perdoar os homicídios dos nossos familiares e de outras 299 mil pessoas, sobretudo sabendo que ele se considera culpado; queremos justiça”, disse um deles.
 
O Comitê Internacional de Auschwitz também interveio a respeito disso: “Os sobreviventes não se sentem na situação de poder perdoar o culpado, sobretudo após seu obstinado silêncio, que durou décadas. Não sabem sequer como poderiam perdoá-lo em nome dos parentes assassinados” (Ansa, 28 de abril).
 
Quando o perdão é mais forte que o ódio
 
Eva comentou ao The Times of London: “Sei que muitas pessoas me criticarão por esta foto, mas não me importo. São dois seres humanos que se encontraram 70 anos depois dos fatos. Jamais entenderei por que o ódio é preferível a um gesto de benevolência. Nada de bom pode vir da raiva”. Clique aqui para ver as fotos do encontro.
 
O idoso nazista contou detalhadamente o que acontecia em Auschwitz, reconheceu sua responsabilidade e agora é acusado de contribuir com o homicídio de 330 mil pessoas (Il Fatto Quotidiano, 28 de abril).

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