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De onde sai o dinheiro que os papas usam para as obras de caridade?

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Maria Paola Daud - publicado em 30/06/15
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Papa Francisco, a misteriosa conta 1616 e o óbolo de São PedroVocê sabia que o Papa Francisco nunca anda com uma carteira nem com dinheiro no bolso? Sim, porque sua verdadeira carteira é a generosidade dos fiéis e doadores do mundo inteiro.

O Papa tampouco tem um salário, mas sim contas bancárias que servem para ajudar os mais necessitados no mundo inteiro.

A misteriosa conta bancária “1616”

O Papa tem uma conta pessoal no IOR, o Banco Vaticano, que usa para as obras de caridade. Durante uma época, tal conta foi misteriosamente chamada de “Fundo 1616”, criado pelo Papa Pio XII.

Assim que foi eleito, no dia 2 de março de 1939, Pio XII se dirigiu ao seu quarto, entrou e pediu aos seus assistentes que fizessem um inventário preciso daquilo que se encontrava dentro dos aposentos papais.

Para surpresa de todos, foram encontrados três cofres diferentes, um inclusive debaixo da cama do Papa. Nesse cofre, o Papa Pio XII descobriu 70 milhões de liras (um número bastante considerável naquela época), que pertenciam ao Papa Pio XI, seu predecessor (provavelmente para fazer obras de caridade em segredo).

Pio XII mandou depositar todo esse dinheiro em um único fundo (chamado “1616”) no Banco Vaticano. Desde então, qualquer pontífice que quiser fazer uma obra de bem, sem que ninguém saiba, pode tirar dinheiro dessa conta (que com o tempo acabou mudando de nome).

O Papa Francisco já usou esta conta em várias ocasiões – por exemplo, no Natal e na Páscoa, quando enviou um envelope com 50 euros, cartões telefônicos e passagens de trem. João Paulo II também o usou para ajudar a Polônia durante o regime comunista nos anos da Guerra Fria.

O óbolo de São Pedro

Além desta conta-corrente, o Papa tem à sua disposição o chamado “Óbolo de São Pedro”, que é uma coleta feita em todas as igrejas do mundo, em particular na festa de São Pedro e São Paulo, no dia 29 de junho, e é destinada ao Pontífice para ajudar os pobres e necessitados.

É uma quantidade particularmente relevante e não faz parte do balanço da Santa Sé, pois se destina diretamente ao Papa. Em 2013, foi de quase 78 milhões de dólares – 12 milhões a mais que no ano anterior, graças à figura carismática do Papa Francisco.

“O ‘Óbolo de S. Pedro’ é a expressão mais emblemática da participação de todos os fiéis nas iniciativas de caridade do Bispo de Roma a bem da Igreja universal. Trata-se de um gesto que se reveste de valor não apenas prático, mas também profundamente simbólico enquanto sinal de comunhão com o Papa e de atenção às necessidades dos irmãos; por isso, o vosso serviço possui um valor retintamente eclesial” (Bento XVI, Discurso aos Sócios do Círculo de São Pedro, 25 de Fevereiro de 2006).

As doações dos fiéis ao Santo Padre são utilizadas em obras missionárias, iniciativas humanitárias e de promoção social, bem como para sustentar as atividades da Santa Sé.

O Papa, como pastor de toda a Igreja, se preocupa também com as necessidades materiais das dioceses pobres, institutos religiosos e fiéis em dificuldade (pobres, crianças, idosos, marginalizados, vítimas de guerra e desastres naturais; ajudas particulares a bispos e dioceses necessitadas, educação católica, prófugos e imigrantes etc.).

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