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Gosto dele, ele me atrai e me faz sonhar: isso é amor?

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Orfa Astorga - publicado em 04/08/15
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Por que tantos casais, aparentemente, perfeitos, não conseguem fazer seu amor durar?
O telefone toca. Corro para atender e escutar a voz grave e alegre do meu esposo, que me liga de uma cidade distante à qual viajou por motivos de trabalho. Hoje comemoramos mais um ano de casamento. Ele coloca nossa música favorita pra eu ouvir. Nosso amor se mantém forte em uma vida conjugal de 15 anos.
 
Nosso casamento ainda é jovem e nele construímos uma história de amor pessoal.
 
Infelizmente, alguns dos nossos amigos terminaram seus casamentos e, em conversas pessoais e tristes, compartilharam conosco sua experiência, na qual não conseguiram encontrar o verdadeiro amor.
 
Alguns, porque o buscaram onde ele não se encontra, acreditando vê-lo em algo que era da pessoa, quando deveriam buscá-lo no ser da própria pessoa. Esse "algo de alguém" acabou sendo passageiro e depois se transformou em desilusão; em alguns casos foi a cor do cabelo, o corpo jovem e bem formado, a beleza do rosto… Todos estes são aspectos dos quais a pessoa dispõe, mas não são a pessoa e não mostram como ela é.
 
Outros, porque, com grande imaturidade afetiva, confundiram o amor com o desejo sexual, com as emoções sensíveis ou com a afetividade sentimental, que formaram uma barreira que os impediu de conhecer quem era a pessoa com a qual se relacionavam.
 
Também havia os que, após um súbito enamoramento, quase sem se conhecer, acabaram se casando, ao achar que sofreriam separados, mas depois de algum tempo perceberam que teria sido melhor ser infelizes em sua imaginação que na realidade.
 
O amor autêntico, por ser um amor pessoal, precisa de tempo para amadurecer, para poder chegar a ele mediante a amizade e a confidência que gera compreensão. Não se pode amar o que não se conhece e não se compreende.
 
Esse conhecimento pessoal parte da nossa intimidade diante da intimidade do outro ser diferente de mim, para aceitá-lo assim como ele é, para ajudá-lo a ser melhor, a ser feliz.
 
Um tempo, um trato e uma compreensão necessários para a aceitação do dom que mutuamente nos oferecemos, o dom e aceitação de nossas pessoas como fins em si mesmas. Nós nos amamos para ser felizes, fazendo o outro feliz.
 
Amamos certamente com toda a nossa natureza: inteligência, vontade, sentimentos, liberdade, e toda a nossa realidade bioquímica, que contém em si uma razão de bondade pela qual certamente o amor se manifesta.
 
Mas o amor pessoal é muito mais que tudo isso, pois é um dom que vai muito além, permitindo-nos sempre, até o final dos nossos dias, conhecer-nos e amar-nos mais, unindo-nos em uma ó carne e um só espírito.
 
É por isso que o casamento tem inscrito em seu DNA que é para sempre.
 
Porque é por meio desse amor pessoal, ao nos oferecermos e aceitarmos mutuamente como um dom, somos capazes de aceitar outro dom maravilhoso: os filhos.
 
O amor pessoal é o fundamento do verdadeiro casamento e da família.

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