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As escapadinhas noturnas do Santo Padre

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Aleteia Brasil - publicado em 12/09/15
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Francisco, assim como outros papas, sairia disfarçado do Vaticano à noite para ajudar os sem-tetoDom Konrad Krajewski é o atual arcebispo da Esmolaria Apostólica, o departamento da Cúria Romana instituído pelo papa Gregório X no século XIII para administrar a assistência do Santo Padre às pessoas pobres. Em dezembro de 2013, durante uma entrevista, dom Konrad afirmou que, quando conversava com o papa Francisco sobre suas visitas noturnas aos desabrigados de Roma, era frequente o “risco” de que o papa decidisse ir junto com ele. Um dos jornalistas perguntou se Francisco já tinha ido alguma vez. Dom Konrad apenas sorriu e disse: “Próxima pergunta, por favor”.

Há fatos que levam a supor que sim. Quando era cardeal de Buenos Aires, Jorge Bergoglio tinha o hábito de sair à noite para visitar os pobres e sem-teto, sentar-se com eles em plena rua, conversar e compartilhar comida. Era perfeitamente comum encontrá-lo também durante o dia usando o transporte público da capital argentina.

Além disso, o mesmo dom Konrad Krajewski relatou que, em certa ocasião, o papa Francisco lhe disse: “Você pode vender a sua mesa de trabalho. Você não precisa dela. O que você tem que fazer é sair do Vaticano. Não espere que as pessoas venham aqui bater à porta. Saia você e procure pelos pobres”.

Os rumores aumentaram depois que alguns guardas suíços confirmaram a história para o portal de notícias The Huffington Post. Segundo os guardas, o papa Francisco sairia do Vaticano na calada da noite, disfarçado de “um simples sacerdote”, para ir ao encontro de moradores de rua. O Vaticano nega as informações.

“ANTECEDENTES PONTIFÍCIOS”

Francisco não seria o primeiro pontífice a dar suas “escapadinhas ocultas”. Há relatos de que o papa João XIII gostava de caminhar por Roma sob a luz do luar e de que Pio XII se vestia de franciscano para ajudar a esconder os judeus perseguidos durante a Segunda Guerra Mundial.

João XXIII chegou a ficar “famoso” por abandonar os muros do Vaticano discretamente para visitar pessoas necessitadas durante a noite. Os romanos, com seu senso de humor peculiar, o chamavam de “São João Extramuros”, em referência à famosa basílica de São Paulo Extramuros (ou São Paulo Fora dos Muros). Aliás, o “Papa bom” saiu do Vaticano sozinho certa vez para visitar um amigo sacerdote que estava internado no Hospital Espírito Santo. Ao bater à porta, surgiu a madre superiora que, surpresa e emocionadíssima, disse: “Santo Padre! Eu sou a superiora do Espírito Santo”. E o papa lhe respondeu, com a simpatia que lhe garantiu o título de “papa mais engraçado da história”: “Mas que grande carreira a senhora fez, madre!”

Não sem falta de inspirações, o filme “As Sandálias do Pescador”, de 1968, mostra um papa interpretado por Antonhy Quinn que sai às ruas, disfarçado, na própria noite da sua eleição ao pontificado, para sentir-se em meio ao povo.

ALÔ, SANTO PADRE!

Pode ser que você não tenha a graça de topar com o papa Francisco dando uma voltinha pelas ruas da sua cidade às 10h30 de uma noite fria, nem na ótica em que você vai trocar seus óculos. Mas não é tão improvável que você ou algum conhecido receba alguma hora uma ligação telefônica dele…

Francisco é bem “chegado a um DDI” – e a lista de pessoas que já ouviram um “Alô, aqui é o papa” não é pequena. Alguns dos exemplos confirmados incluem uma mulher vítima de abuso, um seminarista com doença terminal, um jovem espanhol vítima de pedofilia, a mãe de um mergulhador falecido num acidente, outra mãe que perdeu o filho em um incêndio, um padre no Iraque, um padre brasileiro, um estudante italiano e até um suboficial da Força Aérea argentina que estava na… Antártida!

Vários deles lhe bateram o telefone na cara e obrigaram o papa a telefonar de volta, dizendo logo que não era trote. Por via das dúvidas, se acontecer com você, pense duas vezes antes de desligar.

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