Túmulo do missionário que o papa Francisco canonizou nesta viagem aos EUA foi pichado com acusações de “genocida”O missionário franciscano espanhol frei Junípero Serra, canonizado pelo papa Francisco na última quarta-feira em Washington, sofreu ao longo dos últimos cinquenta anos uma covarde campanha de difamação, em que foi acusado de “racista” e até de “genocida”.
Agora, seu túmulo na missão californiana de Carmel foi vandalizado com pichações, uma das quais o acusava de ser um “santo do genocídio”. Outros túmulos e estátuas do cemitério também foram pichados na madrugada deste sábado para domingo.
O frade vítima da polêmica tinha renunciado à cátedra que ocupava como professor na ilha espanhola de Mallorca e partido como missionário para a então periférica região da Califórnia, onde enfrentou permanentes conflitos com os governadores militares e com os pioneiros colonizadores da América do Norte, que cometiam abusos contra os índios. Frei Junípero intercedeu pelos indígenas mediante o histórico documento “Representação”, uma espécie de declaração dos direitos indígenas. Com a íntima convicção de que a evangelização podia ajudar os índios diante das ambições de colonos e governantes, o missionário criou nove missões, onde, além de explicar o Evangelho, ensinava técnicas de agricultura, pecuária e produção artesanal.
A partir dos anos 1960, alguns setores dos movimentos sociais de luta pelos direitos das minorias passaram a tachar o missionário de “malfeitor dos indígenas”, ignorando o seu histórico de defesa desses povos. O papa Francisco não se deixou intimidar pelos deturpadores da história e declarou o frei Junípero Serra santo.
O vandalismo perpetrado contra o túmulo do missionário recém-canonizado revela o tipo de “argumentos” com que os seus detratores podem contar…