Francisco expressou sua expectativa de encontrar muitos jovens e falar com eles a fim de encorajar suas esperanças e aspirações para o futuro“A juventude é o recurso mais valioso de qualquer nação”: nesses termos, o Papa Francisco quis dirigir suas primeiras palavras à nação queniana, no início de sua primeira viagem ao continente africano.
Na visita de cortesia ao presidente do Quênia – na State House de Nairóbi –, no encontro com as autoridades da nação africana e com o corpo diplomático, teve lugar a execução dos hinos, as honras militares com a tradicional execução das 21 salvas de canhão e a apresentação das duas delegações.
Antes do discurso, o Santo Padre plantou uma oliveira, na esteira da tradição existente no país – por parte dos alunos – de plantarem árvores para a posteridade.
Futuro
Após expressar sua expectativa, neste dias, de encontrar muitos jovens e falar com eles a fim de encorajar suas esperanças e aspirações para o futuro, Francisco disse que “proteger os jovens, investir neles e dar-lhes uma mão amiga é o modo melhor para garantir um futuro digno da sabedoria e dos valores espirituais queridos aos seus anciãos, valores que são o coração e a alma de um povo”.
Tendo agradecido pela calorosa recepção em sua primeira visita à África, o Papa disse olhar com esperança a sua estada entre eles.
Reconhecendo no Quênia uma comunidade com ricas diversidades, que desempenha um papel significativo na região, o Pontífice disse tratar-se de “uma nação jovem e vigorosa.”
País abençoado
Evidenciando as riquezas do país, Francisco disse que “o Quênia foi abençoado não só com uma beleza imensa nas suas montanhas, rios e lagos, nas suas florestas, savanas e regiões semi-desertas, mas também com a abundância de recursos naturais.
“A grave crise do meio ambiente, que o mundo enfrenta, exige uma sensibilidade ainda maior pela relação entre os seres humanos e a natureza. Temos a responsabilidade de transmitir a beleza da natureza, na sua integridade, às gerações futuras e a obrigação de exercer uma justa administração dos dons que recebemos”, disse o Papa.
Estes valores estão profundamente arraigados na alma africana. Num mundo que continua mais a explorar do que proteger a nossa casa comum, tais valores devem inspirar os esforços dos governantes para promover modelos responsáveis de desenvolvimento econômico, acrescentou.
Dito isso, Francisco evidenciou que há uma ligação clara entre a proteção da natureza e a construção duma ordem social justa e equitativa. “Não pode haver renovação da nossa relação com a natureza, sem uma renovação da própria humanidade”, disse o Santo Padre, citando a Laudato si (118).
A busca do bem comum deve ser um objetivo primário na obra de construção duma ordem democrática sã, fortalecendo a coesão e a integração, a tolerância e o respeito pelos outros, disse o Papa, acrescentando:
Superação
“A experiência demonstra que a violência, os conflitos e o terrorismo se alimentam com o medo, a desconfiança e o desespero que nascem da pobreza e da frustração. Em última análise, a luta contra estes inimigos da paz e da prosperidade deve ser conduzida por homens e mulheres que, destemidamente, acreditam e, honestamente, dão testemunho dos grandes valores espirituais e políticos que inspiraram o nascimento da nação.”
Em seu primeiro discurso em terras africanas, o Papa fez, por fim, uma premente exortação:
“Peço-vos, de modo particular, que manifesteis uma autêntica preocupação com as necessidades dos pobres, as aspirações dos jovens e uma distribuição justa dos recursos naturais e humanos com que o Criador abençoou o vosso país. Garanto-vos a prossecução dos esforços da comunidade católica, através das suas obras educacionais e caritativas, procurando oferecer a sua contribuição específica nestas áreas.”