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A Igreja e o Dia Mundial de Combate à Aids: que relação é essa?

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Aleteia Brasil - publicado em 01/12/15
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As polêmicas produzidas pela mídia laicista não refletem o que a Igreja realmente afirma sobre a doença1º de dezembro é o Dia Mundial de Combate à Aids, um dos muitos flagelos sociais que estão presentes entre as preocupações do papa Francisco em seus esforços por abrir os olhos do mundo à urgência de acolher as pessoas relegadas às “periferias da existência“.

Em julho deste ano, o papa Francisco enviou uma mensagem para a 8ª Conferência da Sociedade Internacional da aids, que aconteceu em Vancouver, no Canadá, com o tema “HIV: Patogênese, Tratamento e Prevenção”. O evento contou com a parceria do Centro de HIV/AIDS do Hospital Saint Paul, fundado pelas Irmãs da Providência e reconhecido por demonstrar que o diagnóstico precoce e o tratamento das pessoas com HIV não apenas salva vidas, como é também 96% eficaz para prevenir a propagação da doença.

Na mensagem, Francisco:

– manifestou seu apreço pelo trabalho da Associação e sua satisfação com os progressos na prevenção e no tratamento da aids, em especial com os remédios antirretrovirais;

– destacou que as vidas salvas com a redução de infecções e com a melhora da qualidade de vida dos doentes dão testemunho dos benefícios conquistados pela união de todos os setores da sociedade em torno a um objetivo comum. Francisco

– fez votos de que os frutos das pesquisas e os medicamentos disponíveis cheguem a um número cada vez maior de pessoas em todo o mundo, especialmente às crianças órfãs.

– ofereceu a todos os participantes as suas orações para que os avanços na farmacologia, no tratamento e na pesquisa sejam acompanhados de um “compromisso firme para promover o desenvolvimento integral de cada pessoa como um filho amado de Deus”.

Números

Especialistas internacionais acreditam que o HIV poder ser debelado como emergência de saúde até 2030 se ao menos 90% das pessoas infectadas fossem corretamente diagnosticadas e tivessem acesso ao tratamento antirretroviral.

15 milhões de pessoas estão recebendo o tratamento, mas outros 22 milhões ainda não têm acesso aos medicamentos – muitos deles nem sequer sabem que estão infectados.

A suposta polêmica entre a Igreja e a aids

A moral sexual é um dos muitos temas em que a posição da Igreja chega até a sociedade de maneira truncada e tergiversada pela mídia.

Uma das polêmicas mais incendiadas foi a declaração de Bento XVI, em 17 de março de 2009, de que a aids não pode ser combatida com a distribuição de preservativos. A aids “é uma tragédia que não pode ser superada com o dinheiro nem com a distribuição de preservativos, que, desse modo, aumenta os problemas”, afirmou o papa na ocasião, a bordo do avião que o levava ao continente africano.

As palavras de Bento XVI foram usadas “por alguns grupos com uma clara intenção intimidatória”, sendo que em “alguns países da Europa” houve uma “campanha midiática sem precedentes”, denunciou a Santa Sé na ocasião. Segundo o comunicado vaticano, somente alguns “entenderam e apreciaram as considerações de ordem moral feitas pelo papa”, entre eles “os africanos e os verdadeiros amigos da África”.

O que a Igreja afirma é que os paliativos não são suficientes para frear uma epidemia cujas raízes estão na forma de se entender a sexualidade humana. Quando o sexo é encarado como apenas um exercício intranscendente de prazer carnal, rejeitando-se a sua dimensão de entrega mútua entre homem e mulher que se amam e se abrem naturalmente à vida, é mera consequência óbvia que a prática envolva todos os riscos derivados da promiscuidade. Num contexto em que o sexo é reduzido a diversão, o uso de preservativos é insuficiente para combater à aids. Se de fato se deseja tornar a prática sexual segura, é imprescindível que a própria sexualidade humana seja vista e vivida de forma saudável – não só física, mas psicológica e moralmente. Foi apenas isto o que disse o papa Bento XVI – novidade nenhuma no que a Igreja sempre disse, continua dizendo e continuará dizendo, por mais que o laicismo chie.

Depois da declaração de Bento XVI, a Câmara dos Deputados da Bélgica aprovou uma resolução para um protesto oficial contra o Vaticano. O documento obteve 95 votos a favor, 18 contra e 7 abstenções e pediu que o governo de Bruxelas “condenasse as afirmações inaceitáveis do papa, feitas durante sua viagem pela África, e protestasse oficialmente junto à Santa Sé”.

Não deixa de ser interessante observar que a mesma Bélgica aprovou alguns anos depois a eutanásia infantil e é hoje um celeiro de recrutamento e preparação de terroristas ligados ao grupo Estado Islâmico. A relação entre esses fenômenos e a rejeição dos pontos naturais de referência moral é sugestiva.

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