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Menina de 5 anos, ficando cega, realizou hoje seu sonho de ver pessoalmente o papa Francisco

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Aleteia Brasil - publicado em 06/04/16
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No Vaticano, a pequena Lizzy pôde gravar em seus olhinhos doentes uma das mais desejadas imagens de alguém especial. Mas por que Francisco?O papa Francisco é, de modo muito especial, uma das pessoas que ela mais desejava ver pessoalmente antes de perder por completo a visão. A pequena Elizabeth Myers, ou Lizzy para os mais próximos, tem 5 anos de idade e vive no seu Estado norte-americano natal de Ohio, junto com a irmãzinha de 3 anos e os pais de origem italiana.

Desde que nasceu, Lizzy trava uma batalha, cruel e inútil, contra uma doença genética rara, a síndrome de Usher, que a condena a uma cegueira inevitável. Ela não sabe que sofre da doença: seus pais decidiram ir respondendo às suas perguntas e preparando-a gradualmente para lidar com a futura situação de cegueira. Os médicos preveem que Lizzy ficará privada da visão no começo da adolescência.

Antes que os seus olhinhos fiquem velados irremediavelmente e para sempre, porém, o papa Francisco a recebeu no Vaticano conforme era o grande sonho de Lizzy. A pequena foi abraçada e abençoada pelo Santo Padre após a audiência geral desta quarta-feira. Com seu carinho de vovô já reconhecido pelo mundo inteiro, o papa Francisco lhe deu coragem garantindo que reza por ela e por toda a sua família.

A propósito: não custa lembrar que o próprio papa Francisco afirmou recentemente que nunca conseguiu entender por que as crianças sofrem. Este sempre foi um dos mistérios mais densos e até revoltantes do ponto de vista humano a respeito de Deus, porque é aparentemente incompatível e irreconciliável com um Deus bom e justo. Francisco tinha se manifestado sobre este mistério ao responder à pergunta de uma criança, que queria saber qual é o milagre que o papa gostaria de fazer. Ele disse:

“Curaria todas as crianças. Eu ainda não consegui entender por que as crianças sofrem. Para mim, é um mistério. Eu não sei dar uma explicação… Eu rezo fazendo a Deus esta pergunta: por que as crianças sofrem? A minha resposta para a dor das crianças é o silêncio, ou alguma palavra que nasce das minhas lágrimas. Eu não tenho medo de chorar. Você também não precisa ter”.

Em Roma, a família de Lizzy está recebendo as atenções dos voluntários da Unitalsi, uma associação católica italiana de ajuda a peregrinos e doentes que foi parceira na realização do sonho de levá-la para conhecer o Santo Padre.

As autoridades do Vaticano tinham informado, na semana passada, que “o Santo Padre ficaria encantado de encontrar a pequena Lizzy ao final da audiência”: uma graça que, no geral, é muito difícil de oferecer a todos os fiéis.

Mas por que uma menininha de uma distante localidade da América do Norte desejava tanto que uma das mais significativas imagens gravadas em seus olhinhos doentes fosse a do papa Francisco?

O que impressionou Lizzy, segundo seus parentes, foram a sinceridade e o caráter paternal do diálogo entre o papa e as crianças e jovens.

Francisco é reconhecido como um líder mundial que, não satisfeito com a renovação apenas da Igreja católica, também tem revolucionado a maneira de dialogar com gerações de jovens que, independentemente de religião ou ideologia, valorizam o seu estilo aberto e transparente, a sua priorização da espontaneidade sobre o protocolo, a sua recusa aos privilégios, as suas palavras de misericórdia e perdão, a sua proximidade das pessoas de todas as classes sociais, a sua atenção concreta e não apenas discursiva pelos pobres, pelos doentes e por todos os que sofrem – como a pequena Lizzy, que, embora tenha os olhinhos do corpo condenados a uma revoltante escuridão, mantém os olhos da alma brilhantes e vívidos, capazes de enxergar o que muitos adultos têm debaixo de seus narizes, mas são cegos demais para ver.

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