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O que aprendi sobre a vida com a minha gatinha

Red kitten
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Obvious - publicado em 10/05/16
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Como aprendi com a minha gata sobre amizades e pessoasAdotamos uma gata, vai fazer um mês. E veja, eu nunca fui uma pessoa de gatos. Nunca, nunquinha. Sempre achei eles muito “independentes”, distantes, indiferentes. E não, eu nunca imaginei que íamos adotar um gato. E eis que esse dia chegou.

Colocando de lado as circunstâncias nas quais ela foi adotada. Sim, é uma gatinha. Como a gente aprende com um animal de estimação! E como eu aprendi com a gatinha. Como eu aprendi com Athena.

Gatos são animais livres, simples e limpos. Gatos não estão aí para o fato de você ter chegado tarde, para o que você fez no trabalho, para como você se sente. Gatos estão aí, porque você chegou.

Não espere dele uma recepção calorosa. Você irá ouvir alguns miados, ela vai dar uma volta por entre suas pernas, e depois vai viver a vida dela. Gatos estão muito preocupados com o bem estar deles mesmos, estão sempre conferindo a limpeza das patas, não gostam de ficar perto de onde fazem suas necessidades.

E é aí, no jeito da gata viver a sua vida, que estão as maiores lições. Quanto mais eu olho para minha relação com ela, e a comparo com as minhas relações com as pessoas, percebo como tenho errado ao longo do tempo.

Gatos não gostam de atenção demasiada, gatos não gostam de ser segurados, gatos não obedecem. Não estão nem aí se você não acha que eles não devam subir nesse ou naquele lugar. E assim são as pessoas. Assim são os nossos amigos.

Nos últimos dias, tenho enfrentado uma frustração constante para amar e educar meu gato. E tenho enfrentado a mesma situação com meus amigos. Me vejo as vezes, querendo controlá-los, amá-los de maneira imprudente, dar a eles o que eles não querem ou não precisam.

Quantas vezes é necessário que ela coloque a pata na minha cara para eu entender que ela não quer, ela não precisa! Não agora, não do meu jeito.

As pessoas são exatamente assim. Elas vão dando “tapinhas” de leve na sua cara, para te dizer que não, que desse jeito não. Que elas não querem, ou não precisam de você daquele jeito. Elas não querem saber como você se sente, elas não estão nem aí para o que você está fazendo. Elas só estão vivendo a vida delas.

Com essa visão das coisas, me percebi distante da imagem da pessoa que eu sempre quis construir. A de uma pessoa que tem amigos, alguém agradável pra se ter do lado. Me ressentia de todas as vezes que tentava me aproximar de alguém, e não conseguia.

Ou de todas as tentativas de fazer as coisas do meu jeito que acabavam afastando ainda mais os amigos.

Mas como ser alguém agradável, com quem as pessoas queiram estar? Como ser alguém mais palatável, sem mudar minha essência?

E a Athena me deu a resposta. Foi no momento exato que eu deixei de prestar tanta atenção a ela, as necessidades dela, ao que eu achava que ela queria para perceber que eu a tinha do meu lado. Parece bobo né.. Mas os gatos nos ensinam a amar e deixar viver.

Eu não preciso demonstrar meu amor da maneira mais óbvia: apertando, amassando, segurando. Eu posso simplesmente mostrar que estou lá. Que também estou vivendo a minha vida, e que legal que dividamos ela juntas. Mas não preciso tomá-la nos braços, ou tentar direcionar o que ela tem que fazer ou não fazer.

Eles não são indiferentes. Eles não são independentes. Eles apenas sabem que você estará lá.

E embora não seja uma lição fácil de aprender, e já tenha me rendido alguns arranhões de todos os tipos, aos poucos a gente vai entendendo. Vai ligando os pontos..vai “gateando”.

 

 

(Por Luciana Landim, via Obvious)

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