O dinheiro nos dará conforto, mas não necessariamente sentido na vida
Pensando neste tema, vieram à minha mente as palavras de Epicuro que estão estreitamente ligadas: “Pobre não é o que menos tem, e sim aquele que precisa de mais para ser feliz.” Deixando de lado a concepção de da palavra “rico” como pessoa que possui uma grande quantidade de dinheiro, a afirmação do título tem a ver com a felicidade da qual falava este pensador já há vários séculos.
De fato, esta felicidade provém de outros lugares que pouco ou nada têm a ver com a possessão de uma moeda, pois aquilo que nos enriquece não tem um valor material, e sim emocional e fisiológico.
Um mundo cheio de coisas dispensáveis
A respeito do que foi dito algumas linhas acima, cabe destacar que vivemos em um mundo repleto de coisas que podem ser consideradas dispensáveis; a publicidade e as novas tecnologias nos fazem crer, às vezes, que tudo gira em torno da posse de objetos materiais que podem ser capazes de nos fazer mais felizes.
Contudo, isto não é verdade: nós não somos mais felizes do que nossos pais eram por termos um telefone celular de última geração, dois carros e três computadores em casa. Talvez levemos uma vida mais confortável, mas o consumo de coisas como essas não nos preenche como pessoas.
Quando a minha irmã comentou que precisava comprar roupas novas, tendo os armários cheios de roupas para vestir, me perguntei até que ponto vivemos enganados por nossas necessidades: costumamos dar importância ao que não tem e nos esquecemos daquilo que importa.
Realmente preciso disso para ser feliz?
O que esses exemplos evidenciam é a proximidade da frase do inicio, tanto que parece surpreendente que tenha sido formulada há tanto tempo. Contudo, isto acontece porque milhares de vezes repetimos a ideia que ela transmite: “Preciso mesmo disso?”. É uma pergunta que podemos nos fazer em muitas situações.
Como dizíamos, temos tantas coisas que às vezes esquecemos aquelas sem as quais não poderíamos viver: uma boa saúde física e mental, a possibilidade de ter relacionamentos pessoais que nos satisfaçam, como amigos que estarão sempre presentes, ou a sorte de contar com uma família incrível.
“O sucesso consiste em obter o que se deseja. A felicidade, em desfrutar o que se obtém.”
-Waldo Emerson-
Tudo isso não pode ser comprado nem com todo o ouro do mundo. É por isso que, paradoxalmente, tudo isso pode nos tornar ricos de felicidade: ninguém se sentirá melhor do que alguém que supera um câncer, vence uma depressão, ou encontra no seu companheiro o melhor apoio e um abraço sincero, por exemplo.
Ser rico é ser feliz com o que temos
Certamente muitas vezes já nos sentimos frustrados por não termos alcançado as metas que havíamos traçado ou porque não tínhamos conosco o que desejávamos. De fato, sentimos que precisamos de mais à medida que nos conformamos menos com o que temos.
É verdade que é benéfico traçar metas a serem alcançadas, pois cair no conformismo é sinônimo de estagnação. Contudo, é preciso considerar que a felicidade chega quando desfrutamos o caminho até ela.
Os desejos não trazem felicidade, só a decoram: é muito rico aprender a se sentir completo com o que conquistamos ou o que demos, para assim podermos receber de uma forma plena o que nos chega de maneira gratuita e sem pedir.
“A felicidade não se encontra, ela chega até você na hora certa.”
-John F. Bisner Ureña-
Em resumo, aquilo que chega até você de forma gratuita e sem nenhum valor material é o que pode torná-lo realmente rico. O dinheiro nos dará conforto, mas aquilo que move nossas emoções é o que nos dá sentido.
(via Mente Maravilhosa)