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Um filho agora? Por quê? Quando um dos cônjuges não quer aumentar a família

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Aleteia Polônia - publicado em 26/01/17
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Nos votos matrimoniais, o casal aceita ter filhos. Depois, um deles desiste. O que fazer?O noivado, o casamento, o bebê. A ordem é óbvia. Mas nem sempre é assim. Mesmo que um dos cônjuges queira ter um filho, do outro lado vem um “não”. Os dados do Centro de Investigação da Opinião Pública da Polônia mostram que ter filho é prioridade para os casais que têm menos de 30 anos de idade. Muito diferente no grupo que tem idade entre 30 e 40 anos. Nesse grupo, só a metade dos homens e 27% das mulheres querem ser pais.

A era dos egoístas

Eva e Martín estão casados há quatro anos. Quando se conhecerem, Martín disse que não queria ter filhos. Eva também não. No entanto, há algum tempo ela começou a sentir o instinto maternal. Começou a desejar ter um filho. O marido não quer nem ouvir falar nisso.

As conversas sobre o tema acabam, cada vez mais, em discussões e em “dias sem se falar um com o outro”. Martín pronuncia, firmemente, um “não” e ameaça com o divórcio. Ambos têm um bom trabalho e estabilidade econômica. “Não me sinto preparado para ter o bebê e temos que tomar a decisão de ter filhos com muita consciência, sem pressa” – disse o homem. Eva não concorda. Os argumentos de seu marido não a satisfazem. Por outro lado, ele a acusa de obrigá-lo a ser pai. É uma questão difícil.

Não quero ser mãe

“A mulher não tem motivo para ser mãe. Estou casada há dois anos, mas isso não vai durar muito tempo. Meu marido quer ter um bebê, porém, agora, eu não tenho vontade. A família acha que não estou certa e que, com o tempo, vou mudar de opinião”, disse Inês.

Ela sente indiferença ao ver as crianças na rua ou no parque infantil. Às vezes, a irmã dela pede que ela cuide de seus sobrinhos, mas ela não sente nenhuma emoção quando está com eles.

“Minhas companheiras de trabalho trocam experiências e comentários sobre as crianças, a saúde delas, as doenças e interesses. Não me chateia, mas não acrescenta nada na minha vida”, completa Inês. O marido dela a pressiona cada vez mais. Ao mesmo tempo, diz que não vai ajudar nos cuidados como bebê porque tem que trabalhar.

A posição de Adán não ajuda na tomada de decisão. “Na família, todos me criticam, não entendem minha situação. Sinto-me cada vez pior”- acrescenta Inês, desesperada.

O tique-taque do relógio

“Antes de nos casarmos, não falamos de ter filhos. Parecia-me óbvio que depois de um tempo viria uma criança”, disse Marlena. Roberto, o marido dela, recebia os sobrinhos carinhosamente, brincava com eles e passava o tempo junto a eles. Na companhia das crianças, parecia ser feliz. Marlena e Roberto casaram-se há três anos. “Quando falava em filhos, Roberto ficava em silêncio, sorrindo, consentindo”, disse ela.

Depois do casamento, quando Marlena tocava no assunto de aumentar a família, o marido ficava nervoso e ia para outro quarto. Cada conversa terminava em briga. A mulher sonha com um filho. Ama o marido. Não quer deixá-lo. Espera que, em algum momento, Roberto mude de ideia.

Melhor fazer terapia?

Podem ser muitas as razões pelas quais um dos cônjuges não está de acordo em ter filhos, entre elas: vivências traumáticas na infância, erros na educação dentro da família, prioridades e valores diferentes, falta de estabilidade profissional e econômica, medo da auto-realização, medo das obrigações e perda da liberdade.

O problema é complexo. Não se pode coagir nem convencer ninguém à força. “A base da compreensão pode ser uma conversa sincera, que pode ser preparada com antecedência. Dar um tempo pode ser uma maneira de resolver o conflito, mas a passividade nem sempre pode contribuir para modificar a situação. É difícil falar de um compromisso, porque é uma medida. E, neste caso, há duas direções”, observa a psicoterapeuta Joanna Peszko Dzierżanowska, do Centro Psicodinâmico de Opole, na Polônia.

A falta do consentimento em relação a ter filhos é, frequentemente, a causa dos conflitos no casamento e das grandes crises entre casais. A decisão deve ser tomada por ambas as partes. A visita a um psicólogo ou o início de uma terapia de casais pode ajudar na conciliação de desejos conflitivos.

Por Anna Gebalska-Betekets

 

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