Ativista recria foto que fez 1 ano atrás e mostra a recuperação do menindo africano abandonado por ser considerado “bruxo”Há cerca de um ano, uma imagem rodou a internet e comoveu o mundo. A dinamarquesa Anja Ringgren Lovén apareceu dando água a um menino visivelmente subnutrido, nu, com os ossos à mostra. Ele vivia de restos de comida nas ruas da cidade de Uyo, um dos mais importantes polos produtores de petróleo da Nigéria. Foi o retrato da situação de abandono e exclusão das crianças africanas, geralmente acusadas de bruxaria.
Agora, a ativista recriou a cena e voltou a tirar lágrimas do mundo todo, mas por um bom motivo: o garoto de 3 anos aparece completamente recuperado, forte, saudável, usando roupas, mochila e tênis novos – prontinho para o seu primeiro dia na escola. Uma aparência infinitamente mais feliz do que naquela primeira foto.
Anja Ringgren Lovén pertence à uma fundação de amparo a crianças vítimas de maus tratos causados pelas superstições ou expostas a situações de extrema pobreza na África. Através daquela foto, a ONG realizou uma campanha para arrecadar fundos e ajudar as crianças.
Hope (que, em inglês, significa “Esperança”) é o novo nome do menininho. Ele passou por uma transfusão de sangue, fez um tratamento contra vermes e foi submetido a uma cirurgia para corrigir um defeito congênito na uretra.
A ativista usou o seu perfil no Facebook para divulgar a nova foto, que voltou a comover o mundo pelo tocante exemplo de esperança e amor ao próximo.
Triste realidade
Na África, algumas ceitas pregam que as crianças são bruxas ou nascem com um “espírito mau”. Por isso, os pais devem entregá-las aos líderes das ceitas para que eles passem a criá-las, mediante um pagamento em dinheiro.
Acontece, porém, que essas crianças são abandonadas ou submetidas a vários tipos de maus tratos, em nome do “exorcismo”. Segundo a Unicef, crianças de 8 a 14 anos, vêm sendo cruelmente queimadas ou mortas como punição por serem consideradas “bruxas”.
Os curandeiros alegam que elas são “possuídas” e jogam gasolina em seus rostos e ouvidos, como forma de “expulsar o maligno”.
De acordo com um relatório da Unicef, em 2003 existiam cerca de 20.000 crianças nesta situação. No mesmo relatório, a agência recomenda uma ação sistêmica para combater o problema, ao invés de focar em casos isolados.
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Com informações do G1 e BBC