Tenho dificuldade de entender como o Senhor daria prioridade a algumas orações já escritas, acima da oração pessoal e mais sincera… “É frequente ver que, nas capelas de adoração, existem folhetos com orações especiais para casos difíceis ou ‘causas impossíveis’. Sei que o que realmente importa é a fé com que se faz qualquer oração e os atos de generosidade que devem acompanhar a vida de todo cristão; então, tenho dificuldade de entender como o Senhor daria prioridade a algumas orações já escritas, acima da oração pessoal e mais sincera… Isso não é estranho?
Bem diferente é o caso do terço ou das novenas – como a da Divina Misericórdia, que foi um pedido expresso do Senhor à irmã Faustina; isso é mais fácil de compreender (eu os concebo como atos de fé e obediência, não sei se estou errado). Mas as orações de sei lá quem escreveu me deixam com esta dúvida. É como se as orações tivessem uma senha VIP para ser escutadas…”
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Sim, é verdade que, às vezes, são oferecidas orações que se apresentam como mais eficazes. Às vezes, isso ocorre que alguém as utilizou e foi atendido em suas petições. Mas a verdade é que, apresentado assim, não tem muito sentido.
Existem orações que poderíamos chamar de “especializadas” desde sempre: para pedir o fim da seca, para pedir uma cura ou qualquer outra necessidade. Elas serviram e servem para ajudar a rezar, especialmente àquelas pessoas que têm pouca prática nisso.
Mas a eficácia da oração não depende da fórmula adotada; ela precisa ser caracterizada pela confiança, pela humildade e pela perseverança – e, claro, que se peça algo bom.
Isso não impede que haja fórmulas de oração. Elas ajudam no fervor. Porém, além das orações mais comuns e conhecidas, é preciso levar em consideração que existe uma verdadeira antologia da oração da Igreja durante os vinte séculos da sua existência. Onde está? Na liturgia.