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O drama das crianças usadas em atentados suicidas na Nigéria

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Miriam Diez Bosch - publicado em 20/04/17
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Algumas perguntas e respostas sobre o conflito no lago Chade e sobre o Boko Haram Em 2017, 27 crianças já foram usadas para ataques suicidas na região do lago Chade. Sob o título Silent Shame (Vergonha Silenciada), a UNICEF publicou um informe sobre as crianças, jovens e adolescentes capturados por Boko Haram.

O objetivo é abrir os olhos do mundo para conseguir apoio e acabar com esta situação. O maior desejo é que as hashtags #EndViolence e #BringBackOurChildhood consigam realmente o que pedem.

Os dados ocupam páginas de livros. As imagens inundam televisões e outros dispositivos. As denúncias transbordam nas redes sociais. Os jornalistas comunicam as atrocidades na região do lago Chade, na África. Mas será que, entre milhares de manchetes a sociedade entende a gravidade da situação? Como se chegou a estes níveis? Aqui, apresentamos alguns pontos a serem levados em consideração:

Onde está acontecendo o conflito?

Na bacia do lago Chade, na África Ocidental, nas regiões da Nigéria, Chade, Níger e Camarões.

Qual é o contexto?

Há oito anos, a crise provocada pela seca se acentuou com a gravidade do conflito provocado por Boko Haram e as operações militares para combatê-lo.

Segundo Oscar Mateos, pesquisador do CIDOB e especialista no continente africano, “falamos de uma região que sofre problemas profundos”. Trata-se da desigualdade, pobreza, do impacto das mudanças climáticas, do baixo desenvolvimento humano etc. “Além disso, a região viu sua situação piorar desde o início da ofensiva de Boko Haram”, explica o especialista. A ação começou no noroeste da Nigéria e se estendeu para toda a região. Há milhões de refugiados em uma situação de insegurança generalizada. Para Mateos, “a crise humitária é de grandes dimensões”.

O que é o Boko Haram?

É um grupo jihadista que já acabou com mais de 20 mil vidas. Em seus ataques, os seguidores sequestram crianças para usá-las como mão de obra, militantes em guerrilhas, ferramentas em ataques suicidas ou, no caso das meninas, para abusar sexualmente delas.

Quem são as meninas de Chibok?

Faz justamente três anos que o grupo terrorista sequestrou 276 meninas na localidade de Chibok, Nigéria. Atualmente, somente algumas delas conseguiram fugir e contar sobre o horror que suas companheiras ainda estão vivendo. Algumas até ficaram grávidas de seus sequestradores.

Mateos destaca que as táticas do grupo são certeiras e reitera que “Boko Haram recruta crianças à força para explorá-las nos mercados e em outros lugares”. No entanto, o pesquisador afirma que “se trata de um fato invisível e só midiatizado em certos momentos”.

Quais são os números do informe?

  • 27 menores de idade foram usados para realizar atendados desde o mês de janeiro de 2017. De 2014 até agora já são 117.
  • 80% dos menores usados para estes atos eram meninas.
  • 20 milhões de pessoas da região são afetadas pelo conflito.
  • Mais de 2,6 milhões de pessoas foram obrigadas a se refugiar.

O porta-voz da UNICEF, Philippe Barragne-Bigot, destaca no jornal El País que as vida destas crianças não é fácil. Em muitos casos, como o mesmo informe indica, através de testemunhos reais, as crianças vivem sob a constante dúvida sobre o fato de terem sido ou não doutrinadas no terrorismo e se chegaram a atuar a favor do grupo. Algumas não são aceitas de volta por suas famílias.

Por que o grupo usa crianças nos ataques?

‘Trata-se do ato de crueldade mais grave já registrado contra a infância”, explica o documento. E não há resposta nem justificativa para isso. A UNICEF publica os dados para tentar conscientizar a população. “É um estudo que fazemos todos os anos, porque acreditamos que é preciso lembrar deste drama”, assinala Philippe Barragne-Bigot, representante da organização na região de Chade.

 

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