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A santidade está ao alcance de todos e exige apenas uma coisa

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AASCJ - publicado em 09/05/17
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“A alma não se santifica em um dia. A vida inteira é concedida com este fim”

Para se santificar, a alma só tem necessidade de boa vontade. Guardá-la intacta e devolvê-la sem cessar, tal deve ser o fim constante e único de sua vida.

A boa vontade, dizia Santo Alberto Magno, supre tudo, está acima de tudo”.

A boa vontade entrega o homem inteiro a Deus, por um ato muito simples de amor; abandona o passado à sua misericórdia; confia o futuro à sua bondade  e só reserva para si o presente para santificá-lo.

A boa vontade é uma orientação, em tudo, do homem para Deus, uma coordenação de todas suas faculdades para ele; uma restauração da harmonia entre a criatura e o Criador, uma volta amorosa do filho para seu Pai celeste.

Ela é uma resolução generosa da alma, de se consagrar à glória do divino Mestre e de procurar o bem do próximo na medida de suas forças. 

Ela é uma renúncia completa de tudo aquilo que está em desacordo com a ordem divina; um sacrifício de todo interesse próprio, um esquecimento inteiro e uma despreocupação constante de si mesmo.

Essa boa vontade conserva-se a mesma tanto na aridez e penúria quanto na consolação e abundancia; na tribulação e inquietação, como na paz e tranquilidade, nos embaraços e multiplicidade de ocupações, como na doçura e gozos na oração.

Seu ato é movimento simples do coração que se entrega por completo, disposto a tudo aceitar, a tudo sofrer, desde que o divino beneplácito lhe seja manifestado.

A boa vontade permanece sincera, não obstante as fraquezas e inconstâncias da alma, as faltas veniais passageiras, as quedas ofensivas do amor próprio.

A alma não se santifica em um dia.

A vida inteira é concedida com este fim. 

Depois de cada recaída, a vontade entrega-se com simplicidade a Deus, mais uma vez abandona-se humildemente a ele, até que se ache fixada definitivamente nele.

A boa vontade não depende da vivacidade da imaginação, da penetração da inteligência, das qualidades naturais do coração, das vantagens da fortuna, da situação ou do nascimento.

Ela é um ato especialmente espiritual da livre vontade, um movimento simples para Deus, um olhar amoroso para ele.

Está no poder de todo o homem que tem uma vontade livre e que é ajudado pela graça.

A santidade é acessível a todas as almas.

A santidade está ao alcance das almas mais simples e mais ignorantes. Deus não quereria que um coração sincero não pudesse encontrá-lo. Uma misteriosa atração inclina-o para as almas retas. Desde que descobre uma dessas almas, ele a reserva para si e faz dela sua morada de predileção.

Conta assim almas de escol em todas as condições, sobretudo na classe dos humildes e pequenos.

Essas almas puras têm sobre o Deus de infinita pureza um poder irresistível: elas prendem e obtêm assim tudo o que desejam.

Se, para lhes agradar, o Senhor tem que fazer milagres, ele os faz.

Ele disse um dia à Santa Teresa: “Se eu não tivesse instituído a Eucaristia, eu a instituiria hoje para ti”.

Ele agiria do mesmo modo para cada alma pura.

Deus não quis que o caminho que conduz à santidade fosse coberto de obstáculos e eriçado de dificuldades. Quanto mais uma coisa é necessária à vida natural do homem, mais esta coisa lhe é dada em abundância. O que é mais necessário do que o ar que respiramos ou a terra que nossos pés pisam, mas também, o que de mais comum? O que há de mais indispensável do que a respiração, porém, o que há de mais fácil?

A vida da alma é bem mais importante que a do corpo. Razão pela qual Deus a tem prodigalizado. O ar que nossa alma respira é a graça que nunca é negada a quem a pede; a terra que ela pisa é a divina vontade que se não esconde nunca sob seus passos; sua respiração é o ato de amor que brota espontaneamente da boa vontade. Neste amor, Deus resumiu toda a perfeição.

Toda nossa perfeição, diz Santo Afonso, consiste no amor do nosso Deus infinitamente amável”.

É a caridade que une a alma à Santíssima Trindade, que orienta para ela todas as faculdades do homem; com todos os seus atos até o menor, até o último, que comunica a todas as ações a sua grandeza, sua nobreza e seu mérito.

Somos almas de boa vontade? Quem não quereria ser deste número? Neste caso, prestemos atenção à voz do Senhor, esqueçamos nosso povo e a casa de nosso Pai, quer dizer, desapeguemos nossos corações das coisas da terra e sigamos a Jesus Cristo.

Perguntemos a Ele humildemente: “Mestre, onde habitais?” Ele nos responderá: “Vinde e vede”.

Ele nos introduzirá na sua própria habitação, no santuário de seu amor; admitir-nos-á no conhecimento de seus inefáveis segredos; ligar-nos-á por laços tão suaves e tão forte que nos será impossível quebrá-los.

Fonte: livro “A Boa Vontade” do Rev. Pe. José Schrijvers (Via Associação Apostolado do Sagrado Coração de Jesus)

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