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Exclusivo: tragédia em Serra Leoa é “chover no molhado”

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Miriam Diez Bosch - publicado em 17/08/17
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Missionário fala sobre desmatamento e falta de estrutura no país africano atingido pelas inundações e deslizamentos de terra O fato de chover – e muito – na época das chuvas não deveria ser sinônimo de catástrofes em Serra Leoa, na África. Mas nos últimos dias, já são pelo menos quatrocentas vítimas fatais da chuva e das inundações, além de 600 desaparecidos. A situação é ainda mais preocupante, pois não há formas de canalizar a água das áreas de risco – povoadas por casas humildes. Sem recursos, chove no molhado novamente neste país.

Em uma conversa por telefone com a Aleteia, o missionário Luis Pérez, S.X, explicou que o pequeno país tropical, de quase sete milhões de habitantes, se viu destroçado por esta tragédia “enquanto dormia”. De fato, o desastre natural aconteceu à noite, perto da capital, Freetown, “precisamente em uma região da península, à esquerda das colinas, que foi ocupada por casas precárias, de telhados de zinco”, relata o missionário.

“A cidade cresceu, árvores foram cortadas e não foi criada nenhuma infraestrutura capaz de suportar as chuvas fortes”, lamenta o religioso espanhol.

“Avalanches de barro, deslizamentos de terra e falta de maquinário” marcam um dos maiores desastres desta nação africana, já golpeada duramente pelo vírus ebola, juntamente com a Guiné e Libéria. Somente nesses três países, mais de 11 mil pessoas já foram mortas pelo vírus.

Os poços de água infectada agora são um problema. O governo já fez um chamado internacional e urgente, pois não há meios de evitar novas avalanches nem como tirar rapidamente os corpos da lama.

Os missionários de Freetown ficam em uma outra área que não foi atingida pela tragédia. Eles já se colocaram à disposição para ajudar em hospitais e escolas, conta Luis Pérez, que agora mora em Makeni, outra cidade do segundo país mais pobre do mundo. A Igreja Católica se faz presente nesta nação, que já foi um antigo porto de escravos.

Recentemente, o Papa Francisco expressou – através de um telegrama assinado pelo secretário de Estado, Pietro Parolin – sua preocupação com a raiz do sofrimento gerado pelas inundações e deslizamentos de terra em Serra Leoa.

Na mensagem, Francisco manifesta profundo pesar pelas “consequências devastadoras” das inundações e “assegura sua proximidade aos que perderam seus entes queridos”, como informou a Rádio Vaticano.

 

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