Os “Evangelhos de Garima” datam de algum ponto entre os anos 330 e 650A mais antiga cópia ilustrada dos Evangelhos de que se tem notícia é preservada há séculos em um remoto mosteiro etíope: trata-se dos chamados “Evangelhos de Garima”.
Impressionantemente belos, eles receberam o nome do monge Abba Garima, chegado de Constantinopla à Etiópia no ano 494. Diz a lenda que Deus atrasou o sol para que o monge pudesse copiar os Evangelhos inteiros em apenas um dia. Lendas à parte, a incrível relíquia foi preservada desde então no monastério de Garima, perto de Adwa, na região norte daquele país africano.
A sobrevivência do livro é tão impressionante quanto a sua beleza, se considerarmos tudo o que o mosteiro sofreu ao longo da sua história: desde invasões e ataques até o incêndio que, em 1930, destruiu a sua igreja.
E não se trata de uma relíquia esquecida. Os Evangelhos de Garima foram frequentemente mencionados por viajantes em visita à Etiópia, entre eles a historiadora britânica de arte Beatrice Playne.
Mas pensava-se que eles remontassem ao século XI, quando, na realidade, datações mais recentes o situam num ponto ainda impreciso entre os anos 330 e 650, coincidindo com a data em que Abba Garima chegou à Etiópia.