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23 anos da morte de Lady Di: a marca que ficou nos filhos

Princesa Diana no Accord Hospice
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Aleteia Brasil - publicado em 31/08/17
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Quando os príncipes William e Harry desabafaram sobre a dor da perda da mãeA princesa Diana, a quem o mundo chamava de Lady Di, morreu num acidente de carro em Paris, aos 36 anos de idade, no dia 31 de agosto de 1997.

Em 2017, vinte anos depois, seus dois filhos, os príncipes William e Harry, revelaram em diferentes entrevistas o quanto a perda da mãe os afetou e de que forma a sua falta marcou dolorosamente a sua adolescência até a vida adulta.

Em entrevista à revista GQ britânica, William (que tinha 15 anos quando a mãe morreu) destacou a tristeza que ainda sente pela ausência dela, em especial agora que ele próprio é casado e tem filhos pequenos:

“Adoraria ter ouvido os conselhos dela. Adoraria que ela tivesse conhecido a Kate e acompanhasse o crescimento das crianças. Fico triste por saber que os meus filhos não conheceram a avó”.

O príncipe abordou também o trauma de só conseguir falar de Diana depois de 20 anos do acidente fatal e lamentou a forma como teve de viver o luto, em meio à avalanche mundial da mídia e à curiosidade de milhões de pessoas, sem chances de privacidade. Além disso, ele precisava ajudar o irmão três anos mais novo a lidar com aquele trauma que, para o caçula, foi ainda mais intenso.

Harry tinha 12 anos na ocasião e, de fato, sofreu um abalo profundo que lhe exigiu, já como adulto, recorrer a terapia psicológica. Em entrevista à Newsweek, o jovem príncipe revelou que, várias vezes, esteve à beira de um “colapso total” devido à brutalidade da tragédia e às suas dramáticas consequências. Ele menciona uma cena que ficou na memória de todos os que assistiram a um dos funerais mais midiatizados de todos os tempos:

“Quando a minha mãe morreu, eu era muito novo. Tive que fazer uma longa caminhada atrás do caixão dela, ao lado do meu irmão, do meu pai, do meu avô e do Conde Spencer. Ao meu redor havia centenas de pessoas e, na televisão, milhões de pessoas acompanhando aquele momento. Foi muito violento. Eu acho que nenhuma criança deveria passar por isso, em nenhuma circunstância”.

A lembrança daquele dia se manteve presente como uma sombra na vida do príncipe ao longo dos anos. Harry teve uma adolescência rebelde.

“Posso dizer que perder a minha mãe aos 12 anos e me fechar em torno desse assunto durante 20 anos teve um efeito impactante na minha vida pessoal e também no meu trabalho”.

Na entrevista à Newsweek, ele cita exemplos das fases pessoais que chamou de “mais complicadas“, como a ocasião em que foi fotografado nu em uma discoteca de Las Vegas, a festa a que compareceu de farda nazista e o fato de ter bebido e fumado demais durante um longo período da sua juventude.

Com o tempo e as ajudas que recebeu, o príncipe caçula começou a mudar de rumo:

“A minha busca começou quando eu tinha uns vinte anos. Precisava corrigir os erros que estava cometendo. A minha mãe morreu quando eu era muito novo. Eu não queria estar na posição em que estava, mas consegui tirar a cabeça da areia, começar a ouvir o que me diziam e decidi usar a minha posição para fazer o bem. Agora estou motivado e com energia, gosto muito de fazer caridade, encontrar pessoas e fazê-las rir. Às vezes, ainda sinto que vivo num aquário, mas agora lido melhor com isso. Ainda tenho um lado negro, mas gosto disso, porque ele me ajuda a entender as pessoas que também se metem em confusões”.

William e Harry revelaram juntos, num documentário recente da TV britânica, um arrependimento em comum sobre um momento-chave das suas lembranças: a última vez na vida em que falaram com a mãe. Foi por telefone. Os então adolescentes de 15 e 12 anos mal lhe deram atenção e só queriam desligar logo, porque tinham pressa para sair e brincar com os primos.

William conta que esse último telefonema pesa muito em sua mente até hoje. Harry complementa que não se lembra exatamente do que disse à mãe, mas que também sofre por ter se despedido rápido demais.

Eles nunca imaginariam que aquela era a última oportunidade que teriam na vida para conversar com sua mãe – e que, na próxima vez que ouvissem falar dela, seria para saber que ela tinha morrido numa tragédia traumatizante.



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