Baseados no Evangelho e nas cartas de São Paulo, os conselhos do Papa Emérito Bento XVI sobre a correção fraternaO Papa Bento XVI abordou o delicado tema da correção fraterna em uma alocução de setembro de 2011 na residência de Castelgandolfo.
Para começar, ele recordou que amar ao próximo como a nós mesmos é um mandamento, não apenas uma sugestão, e observou que “o amor fraterno envolve um senso de responsabilidade mútua” que é justamente a base da correção fraterna: “Se um irmão cometer uma falta contra mim, devo usar de caridade para com ele“.
E como fazer isso?
Bento XVI apresenta 4 passos:
1º Passo
“Primeiro, falar-lhe pessoalmente, fazendo-lhe ver que o que disse ou fez não é bom. Esta forma de agir se chama correção fraterna e não é uma simples reação à ofensa sofrida; antes, é devida ao amor pelo irmão. ‘Quem te ofendeu, causou a si mesmo uma grave ferida ao ofender-te. Como é que poderias despreocupar-te da ferida de um irmão teu? Deves esquecer a ofensa que recebeste, mas não a ferida do teu irmão”.
2º Passo
[Se o teu irmão não te ouvir,] “volte a falar com ele diante de duas ou três pessoas, para o ajudar melhor a tomar consciência do que fez”.
3º Passo
[Se ainda assim] “ele rejeitar a observação, dizê-lo à comunidade“.
4º Passo
“Se ele nem sequer escutar a comunidade, deverá ser advertido do afastamento que ele mesmo causou, separando-se da comunhão da Igreja”.
Bento XVI também recordou que “existe uma corresponsabilidade no caminho da vida cristã, e todos, conscientes dos próprios limites e defeitos, estão chamados a aceitar a correção fraterna e a ajudar os outros com este singular serviço“, que exige “muita humildade e simplicidade de coração“.