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Testemunho: o livramento do Senhor na vida de Dom Henrique Soares

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Dom Henrique - publicado em 20/03/18
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Sem palavras! Uma experiência incrível do poder e amor de Deus!Meu caro Amigo,

Há exatamente oito anos, 20 de março de 2009, eu vivia momentos de intensa emoção: experimentei, naquele dia para mim inesquecível, a mão de Deus, que nos guia de modo realmente incompreensível…

Pela manhã tinha viajado a Salvador, pois o Senhor Núncio Apostólico desejava falar-me. O assunto era uma reviravolta na minha vida: o Papa convidava-me a aceitar ser consagrado Bispo Auxiliar de Aracaju. Onde Deus desejava levar-me? O que desejava de mim? Disse “sim” ao Núncio! Não, ao Núncio não: ao Papa através do Núncio! Não, ao Papa não: a Cristo através do Papa! Disse “sim” sem pensar – não se pensa quando o Senhor chama; não se calcula! Simplesmente diz-se “sim”! Foi o que procurei fazer em toda a minha vida, apesar de tantas e tantas infidelidades e covardias… Deus as conhece; você não, caro Amigo!

Mas, disse “sim”. E voltei para Maceió, pois era sexta-feira da Quaresma e eu tinha via-sacra às 16 horas na minha Igreja do Livramento (inesquecível e saudoso Livramento!) e, depois, uma missa no Povoado Poxim, em Coruripe, na Diocese de Penedo… Apressado, sem almoço, fiz a via-sacra e fui para o Poxim. No retorno, pelas 21 – 21:30h, o inesperado, o absurdo, o desígnio de Deus que eu não sei e Ele sabe; não compreendo e Ele vê com clareza: um daqueles automóveis utilitários me trancou; quatro homens de revólveres em punho. Fugi. Perseguiram-me. Atiraram no meu carro; seis balas o perfuraram e esvaziaram os dois pneus dianteiros. Trancaram-me novamente. Tiraram-me do automóvel, espancaram-me gravemente, recolocaram-me no automóvel, levaram-me para o meio do mato. Eu sangrava muito. Disseram-me que me matariam: aqueles seriam meus últimos momentos…

Eu me perguntava todo o tempo qual o sentido daquilo tudo: naquele dia recebera a notícia da nova missão que o Senhor me confiara. Naquele mesmo dia o Senhor permitiria que me tirassem a vida… Disse-lhes que não me matassem, pois tinha ainda uma missão a cumprir. Estava – como sempre estou – de batina, a veste do sacerdote, a veste do bispo, a veste que deve significar que somos de Deus, somos consagrados, que algo em nós rompeu-se na relação com o mundo, de modo que vivemos no mundo, plenamente, mas somos homens de Deus, testemunhas do Absoluto, mensageiros do Infinito. Não sei se tiveram medo ou respeito por um homem de Deus… Não me mataram. Deixaram-me no carro, sangrando, ferido… com o coroinha que me acompanhava e ao qual não fizeram mal algum (Sim: meus queridos coroinhas! Tive mais de quarenta: sempre procurei fazer deles verdadeiros homens e cristãos! Sempre os amei e os amo ainda agora como a filhos no Senhor. Desses, três já são padres e um está a caminho do sacerdócio…) Quando os bandidos foram embora, fui, com meu coroinha, para a estrada e consegui carona até a polícia.

Tudo isto há oito anos! Estou vivo, sou Bispo e continuo minha vida, viajando tantas vezes à noite, por estradas tão desertas, cumprindo a missão que o Senhor me confiou… Sempre que vou por esses caminhos escuros, recordo do que me aconteceu… Recordo que pode acontecer novamente…

Um padre amigo, como um irmão para mim, disse-me: O Senhor hoje poupou sua vida. Hoje você deveria morrer! Ele o deixou com vida porque, a partir de agora, é como se você já fosse morto: não deve se poupar, não deve se guardar para você: deve entregar-se por Ele, dar-se a Ele, estar disposto a tudo perder por Ele…

É verdade! Estou nas mãos Dele! Seja Ele minha vida, seja Ele minha força, seja Ele a alegria dos meus dias e o sentido da minha existência! Dele vim, Nele vivo, para Ele vou! Seja bendito o Seu Nome em mim, quer na vida quer na morte! E que Ele nunca permita que Dele eu me separe! – Hoje, como há oito anos, in manus Tuas, Domine (nas Tuas mãos, Senhor)…

(Dom Henrique Soares, via Facebook)

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