Será que ela também funciona para o mal? É bem possível que essa pergunta seja motivada por aquilo que constantemente tem sido veiculado na TV, na internet e em livros, artigos e revistas.
Em muitos casos a Lei do Retorno está direcionada a coisas boas, ou seja, faça o bem para que ele retorne a você. Nesse caso, o bem que é feito não é um bem de verdade, é só uma artimanha egoísta para que volte a mim aquilo que fiz e volte com juros.
Em outros casos, tem a ver com coisas ruins. Se você fizer o mal, ele retornará de algum modo para você. Nesse caso, deixo de fazer o mal por medo que ele me atinja depois e não porque não quero que ele atinja alguém. Nos dois casos é uma ação egoísta que está em curso.
Por outro lado, podemos ainda acrescentar que a questão não está no retorno, está no plantio.
Quando plantamos algo, esse algo nasce, cresce e produz seus frutos. Esses frutos vão nos alimentar e gerar outras sementes do mesmo tipo que, plantadas, vão produzir e, assim não tem fim o bem ou o mal que se planta. Não é que retorne, é que temos que lidar com os frutos do que plantamos.
O Evangelho nos fala do perdão, da misericórdia, da compaixão. Esse é sim o melhor remédio, a vingança plantada no ódio vai gerar o mal e ele plantado crescerá e produzirá seus frutos maléficos.
Tenho notado que o mal tem se tornado mais atraente em diversas obras de ficção como em novelas, filmes, desenhos etc. Não tem sido raro se mostrar o mal como uma coisa boa e a maldade, fruto gerado pelo mal, uma coisa desejada.
A torcida não é mais pela mocinha ou mocinho, é pelo vilão, pela vilã. O que estará por trás disso?
A grande maioria das novelas sempre trabalhou com vilãs e as pessoas não se identificavam com as vilãs, as pessoas queriam que elas mudassem e se tornassem melhores. Ultimamente as vilãs são mais desejadas e mais admiradas até mesmo do que as mocinhas, e o que mais se deseja é que a vingança, o mal e o poder se estabeleça e se coloque em destaque.
O Bem sempre vencerá o mal, isso é certo! Por isso, o retorno eterno e permanente do mal não é algo que de fato vai se perpetuar. Nesse caso, a Lei do Retorno não vai funcionar para o mal. Por isso, a necessidade do mal parecer bom para que as pessoas não desejem encerrá-lo, ou pior, para que as pessoas não desejem viver o Bem de verdade.
A vingança produz um mal que não tem fim, o perdão encerra o mal e produz um bem que não tem fim.
(Por Pe. Pedro Cunha, via A12.com)