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A religiosa que teve de pedir esmola para poder entrar no convento

LEONOR SANTA MARIA OCAMPO
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Esteban Pittaro - publicado em 23/05/18
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Naquela época, era preciso pagar um valor alto para ingressar nos conventos Dentro dos decretos recentemente promulgados pelo Papa Francisco referentes às virtudes heroicas de distintos “servos de Deus”, está o que reconhece uma compatriota dele: Leonor de Santa Maria.

Estamos falando de uma das personalidades mais destacadas da vida contemplativa argentina. Ela nasceu em Famatina e faleceu em Córdoba, província em que se entregou à vida de oração.

A irmã, cujo nome de batismo é Maria Isora Ocampo, nasceu em 15 de agosto de 1841 em uma família de notáveis patriotas, entre eles o Primeiro-General do Exército Argentino da época.

Órfã de mãe desde criança, ela aprendeu a amar os pobres e a fazer o possível para ajudá-los.

A vocação religiosa apareceu desde muito pequena, quando ela foi atraída por São Domingos de Gusmão e Santa Catarina de Siena.

Mas, naquele tempo, o ingresso no convento não era uma questão apenas de expressar a vontade. Por um lado, era preciso ter vaga. Por outro, a postulante deveria pagar um montante alto, o que Maria Isora conseguiu pedindo esmola (contra a vontade da família).

As portas do convento de Santa Catarina de Siena, em Córdoba, finalmente se abriram, e ela passou a adotar o nome religioso de Leonor de Santa Maria.

O convento é um dos poucos em solo americano que tem mais de 400 anos de história.

Fundado em 1613, é o primeiro convento contemplativo da Argentina e foi erguido quando Córdoba – considerada uma terra de beatos e santos – era apenas uma aldeia.

Leonor se entregou, como relata a família dominicana, “de maneira abnegada, alegre, silenciosa e caridosa”.

Ela nunca falou mal de ninguém e se aprofundou numa relação exemplar com Cristo.

Outro ponto que a família dominicana destaca sobre a vida de Irmã Leonor tem a ver com a frequência com que ela recebia o sacramento da Reconciliação. Somente aos seus confessores ela comunicava os dons com que Jesus a presenteava na oração. Eram “coisas muito grandes, mais para serem vividas do que para serem ditas”.

Humilde e paciente, sua fama de santa se deve às virtudes que os outros enxergavam nela e ao seu diário. Graças a ele, depois da morte de Irmã Leonor, todos foram conhecendo algumas das circunstâncias místicas que ela viveu em oração, como a que narra o dia em que ela abraçou Jesus em uma visão.

Com o reconhecimento das virtudes heroicas, Irmã Leonor de Santa Maria está mais próxima da beatificação, o que pode durar meses, anos ou décadas. Mas o reconhecimento é também uma oportunidade para voltarmos os olhares a uma religiosa contemplativa que soube se entregar a Cristo por inteiro e com muita humildade.

 

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