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O exorcismo é real? Um diretor de cinema com certeza parece pensar assim

WILLIAM FRIEDKIN
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Nikola Krestonosich - publicado em 27/06/18
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O famoso cineasta registra um exorcismo da vida real para seu novo documentário, ‘The Devil and Father Amorth’“Você não está sugerindo que eu inventei isso, está?”, perguntou William Friedkin ao perceber que Charles Bramesco, do The Guardian, poderia ser cético sobre seu novo documentário. “Eu entendo que há espaço para ceticismo. Eu não sou cético. Eu não faço filmes ou me movo pela minha vida como um cético. Não estou interessado em ceticismo”.

Como sempre, William Friedkin parece ser completamente indiferente ao que os outros pensam dele ou de seus filmes. Com 82 anos, ele está no circuito de imprensa promovendo seu novo documentário, The Devil and Father Amorth (O Diabo e o Padre Amorth). O projeto, que remonta ao seu próprio passado como diretor de The Exorcist (O Exorcista), narra um exorcismo da vida real por um padre do Vaticano e examina a possessão demoníaca com a ajuda de neurologistas e outros especialistas médicos.

O padre é Gabriele Amorth, fundador da Associação Internacional de Exorcistas, e um homem que alegou ter realizado milhares de exorcismos durante seus mais de 90 anos. Na primavera de 2016, enquanto na Itália recebia um prêmio por suas contribuições ao mundo da ópera, Friedkin escreveu a um amigo em Roma solicitando uma audiência com o papa ou com o exorcista papal oficial. Para sua surpresa, o padre Gabriele Amorth concordou em encontrá-lo. Friedkin aproveitou a oportunidade para perguntar se era possível registrar um exorcismo da vida real.

O padre Amorth permitiu que Friedkin e uma pequena e discreta câmera de vídeo portátil entrassem na sala enquanto ele tentava libertar uma mulher chamada Cristina das garras de uma força antinatural. A família e os amigos observam Amorth exorcizando-a enquanto ela está sentada em uma cadeira sendo contida por vários homens. Parece óbvio que Cristina está perturbada, embora não esteja claro se o problema é o Diabo ou uma doença mental não diagnosticada. No entanto, os grunhidos que saem de Cristina são certamente enervantes.

“Por muito tempo, eu não tinha ideia do que faria com esse filme”, diz Friedkin. “Eu tinha isso, mas era como um filme caseiro. Por isso, decidi trazê-lo a profissionais médicos e psicológicos para ver se eles poderiam desmascará-lo ou explicá-lo usando termos de seus campos”. Ele decidiu expandir o material para longas-metragens complementando com entrevistas de especialistas, alguns menos crédulos do que outros, e um acompanhamento que o vê retornando à Itália para um encontro com Cristina. Enquanto visitavam uma catedral, ela teve um intenso ataque de loucura, com contorções corporais e falando em línguas – como Friedkin não levou sua câmera para dentro do prédio para filmar isso, então ele só pode descrever a experiência. Ele alega ter encarado o demônio de frente, mas o público terá apenas que acreditar em sua palavra.

As melhores partes deste filme são as entrevistas com especialistas médicos debatendo possíveis explicações científicas para o que Friedkin capturou com sua câmera de vídeo, e que tantos cineastas de terror, especialmente Friedkin, retrataram na ficção. Os médicos não sabem exatamente com o que estão lidando, mas não estão dispostos a fechar qualquer possibilidade fora de mão.

Os céticos, como sempre, dirão que o filme não apresenta um argumento particularmente convincente quanto à realidade do exorcismo. É aqui que a desconsideração de Friedkin pelo que o público em geral pensa surge como a fonte de todo o seu poder; acredite nele ou não , é tudo a mesma coisa no que diz respeito a ele: “Eu tive que considerar se eu queria ou não mostrar isso, mas eu finalmente senti que tinha visto e as pessoas deveriam ver isso… eu duvido que 1% das pessoas na Terra viram um exorcismo – um verdadeiro exorcismo católico romano. A maioria dos sacerdotes nunca tinha visto”, diz Friedkin à Variety. E mais uma vez, na entrevista para o The Guardian: “Eu não estou interessado em convencer você, ou qualquer outra pessoa… Isso é o que eu vi, e a única maneira de lidar com essa conclusão foi dessa forma, se aproximando do filme. Você terá que resolver isso por si mesmo”.

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