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O que fazer se a vovó se intrometer na vida dos seus filhos?

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Dolors Massot - publicado em 15/07/18
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Algumas dicas úteis para estabelecer limites com uma avó bem-intencionada, mas intrusivaCom a chegada dos netos, a maioria das avós está disposta a modificar seus horários e estilos de vida para acomodar as necessidades dos membros mais novos da família – especialmente quando se trata de ajudar a mãe e o pai que, em muitos casos, trabalham fora de casa.

Já que hoje é tão comum que ambos os pais estejam longe durante o dia, muitos pedem a seus próprios pais que lhes deem uma mão. Eles conversam com os avós para coordenar seus respectivos horários, sobre como organizar o dia a dia, os fins de semana, sobre quem cuidará do bebê antes e depois de voltar do berçário ou da creche e sobre quem irá buscar as crianças na escola.

Assim, não é incomum que as avós de ambos os lados da família experimentem a chegada de um neto como um evento muito feliz. Para elas, isso significa lembrar sua experiência como mãe e usá-la em tarefas cotidianas, como trocar fraldas ou preparar mamadeiras, conforme o caso.

Cuidar do bebê (ou da criança) é essencial, mas se torna um problema se a avó acha que ela deve assumir a liderança na criação da criança – à frente da própria mãe – porque a nova mãe é uma novata, ou porque o método da avó é melhor  que o método da mãe.

As avós precisam levar em conta três verdades importantes para que as coisas funcionem bem:

  1. Ela não é mais a mãe, mas a avó e, portanto, os pais da criança têm a última palavra quando se trata de decisões. Esse é o ciclo da vida.
  2. Já faz alguns anos (possivelmente décadas) desde que ela era mãe. Consequentemente, ela deve estar disposta a aceitar que “as coisas mudaram”. Isso significa que, especialmente quando se trata de coisas mecânicas e materiais, pode ter havido uma grande evolução desde os dias em que ela era mãe, em termos de produtos, serviços, conhecimento pediátrico…
  3. Não existe uma fórmula única para cuidar de um bebê e criar filhos. Existem tantas maneiras como existem pessoas. Ela deve respeitar, acima de tudo, a liberdade dos pais para serem pais como eles escolherem.

Algumas avós podem achar que elas entram em conflito com a filha (ou nora) devido às diferentes maneiras pelas quais cada uma delas enfrenta os desafios que surgem com o nascimento de uma nova criança.

Também pode acontecer que, mesmo quando a mãe é experiente, a avó decida que, durante essas horas que ela passa com o bebê, ela é o único árbitro de como a criança é cuidada, como se o bebê fosse sua propriedade. Ela pode dizer coisas como: “Não precisa me dizer, eu já sei como fazer isso” ou “Quando o bebê está comigo, farei as coisas do meu jeito”.

Cuidado quando isso acontece: o conflito está à frente.

Se você perceber que a avó da criança está se tornando intrusiva e que ela ultrapassa seus limites na tomada de decisões ou se intromete em questões que devem ser decididas pela mãe e pelo pai, você deve agir com delicadeza, mas firmemente – isto é, conversar com ela claramente, mas sem ofendê-la.

O que fazer quando surgirem conflitos…

  1. Em primeiro lugar, é importante lhe agradecer por sua grande ajuda. A vovó está compartilhando sua energia, seu carinho e seu tempo com as crianças. Considere sua idade e se o que você está pedindo excede suas capacidades.
  2. Estabeleça caminhos para o diálogo entre a avó e a mãe e o pai da criança – não apenas um ou outro – porque a avó está, na verdade, lidando com as expectativas de ambos os pais, não simplesmente com os de seu filho ou filha.
  3. Deixe-a saber que o que ela está fazendo é realmente prejudicial. No entanto, ao invés de “puni-la” verbalmente, apresente os fatos e pergunte a ela sobre suas razões ou intenções. Por exemplo, “Percebemos que você sempre chega depois do tempo que havíamos concordado em trazer as crianças para casa: você está tendo problemas para chegar aqui a tempo?”. Podemos perceber que as avós, às vezes, fazem certas coisas não porque desejam incomodar ou ser intencionalmente invasiva, mas simplesmente porque elas têm uma perspectiva diferente e não percebem o impacto total de suas ações.
  4. Entenda as circunstâncias da vovó. Tenha em mente que pode haver momentos em que ela está mais cansada ou mais sensível do que outras vezes.
  5. Da melhor maneira possível, concorde com o papel da avó antes que as coisas se tornem difíceis. Planeje antecipadamente qual será a colaboração dela, e você corre menos risco de que ela ultrapasse seus limites e invada seu território como mãe e pai.
  6. Os avós também precisam aprender a desempenhar seu papel. Os pais não nascem com um manual de pais contendo instruções sobre como ser um pai bom e afetuoso; nem os avós. Eles têm muitos talentos e experiências valiosas, mas precisam aprender a usá-los bem em sua nova função. Às vezes, pais e avós cometem erros, mas isso é apenas parte do aprendizado.

Três recomendações para as avós (futuras ou atuais) se lembrarem

Se você acha que é complicado lidar com sua mãe ou sogra quando elas te ajudam a criar seus filhos, lembre-se de que você também pode ser uma avó algum dia. Para evitar acabar causando problemas na família e dificultar a vida de seus filhos e netos, é importante nutrir esses três traços-chave de uma excelente avó:

  1. Uma avó sábia é aquela que realmente conhece seu lugar. Ela é prudente: ela pede, ela procura conselhos (sim, mesmo que tenha feito isso mil vezes antes), ela lê, fica informada e, acima de tudo, age de acordo com os critérios estabelecidos pelos pais da criança.
  2. Uma avó competente é aquela que não acredita que sabe tudo. Ela quer crescer como avó: ela quer entender a melhor maneira de ajudar os dois pais, sabendo que seu papel é importante na educação de seus netos, embora seja um papel secundário em relação aos pais da criança.
  3. Uma avó inesquecível é aquela que apoia o pai e a mãe em todas as áreas: ela fala bem deles na frente dos netos, torna mais fácil para os pais serem pais, fortalece os laços de comunhão dentro da família e, concretamente, entre o casal… e ela permite que seus netos façam algumas coisas “extras”, desde que essas coisas não interfiram com os valores e as orientações que os pais estão tentando incutir em seus filhos.

Ser intrusivo não é incorporado no DNA das avós. Portanto, se isso surgir, isso sempre poderá mudar (se ambas as gerações de pais cooperarem) com paciência, afeição e lealdade.

Acima de tudo, mesmo que em algum momento possa haver uma situação intrusiva de avó que precise ser retificada, não esqueça que os avós são um tesouro da família e que o impacto que eles podem ter na educação de seus filhos é ilimitado. Deixe seus filhos absorverem o conhecimento e o amor daqueles que os amam.

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