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Eucaristia: textos da Escritura e da Tradição que confirmam o Rito da Missa

Mãos de Jesus
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Padre Bruno Roberto Rossi - publicado em 24/07/18
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Os primeiros cristãos sempre celebraram a EucaristiaEntro, com este artigo, em textos da Escritura e da Tradição que confirmam o Rito da Santa Missa, desde o início do Cristianismo.

Os relatos da instituição da Eucaristia estão em Mt 26,26-29; Mc 14,22-25; Lc 22,19-20; 1Cor 11,23-26 e têm duas características marcantes: 1) são diferentes entre si nas palavras utilizadas, mas 2) são idênticos entre si na mensagem transmitida: a) Jesus se entregou por nós sob o sinal de pão e de vinho, seu corpo e sangue reais; b) é a verdadeira vítima expiatória pelos pecados do mundo; c) esse gesto deveria ser repetido por seus discípulos como memória d’Ele. Vejamos cada uma das afirmações.

  1. São diferentes entre si nas palavras utilizadas, porque não reproduzem, de modo literal (não havia gravador!), as palavras de Jesus, na última Ceia, mas, sim, a forma como esses mesmos termos estavam em uso entre os primeiros cristãos na Celebração da Eucaristia, independentemente do nome que tivesse.

Aparece Ceia do Senhor (cf. 1Cor 11,20.33) ou Fração do Pão (1Cor 10,16; At 2,42.46; 20,7.11), embora tenha prevalecido Eucaristia, termo grego que significa dar graças. Sim, na Última Ceia, “Jesus tomou o pão, deu graças” (eucharistésas), de acordo com Lc 22,19; 1Cor 11,24; Mt 26,27; Mc 14,23. A partir do século IV, surge o termo Missa para nomear a Eucaristia, sempre celebrada na Igreja.

  1. São idênticas entre si, na mensagem transmitida, em três tópicos principais:
  2. a) Jesus se entregou por nós sob o sinal de pão e de vinho, seu corpo e sangue reais: ou seja, a Eucaristia não representa, ela É, realmente, o Corpo e o Sangue de Cristo. Tanto o Corpo quanto o Sangue não eram consideradas, como hoje, partes distintas que dividem a pessoa. Em conclusão, para os primeiros ouvintes de Jesus, falar em “corpo” ou em “sangue” é se referir a uma pessoa inteira: o Senhor morto e ressuscitado está, por inteiro, tanto no pão (seu corpo), quanto no vinho (seu sangue).
  3. b) Ele é a verdadeira vítima expiatória pelos pecados do mundo: no Antigo Testamento, eram oferecidos animais irracionais, agora é o próprio Cristo, o Cordeiro de Deus, quem, de modo único e definitivo, Se oferece pela humanidade toda (cf. Êx 24,8; Jo 1,29; 1Cor 5,7; Jr 31,31-33).
  4. c) Esse gesto deveria ser repetido pelos discípulos como memória de Cristo: aqui o termo memória causa dificuldades desnecessárias a algumas pessoas. Isso porque para nós ter um fato na memória quer dizer, simplesmente, ter recordação de algo distante. Ora, o conceito bíblico de memória se prende aos termos zeker e zakar (= recordar-se) que não é mera lembrança do passado, do distante, do ausente, mas é, ao contrário, um recordar eficiente/eficaz. Sim, ao se lembrar de alguém, Deus age em favor dessa pessoa em vista do bem da humanidade (cf. Gn 19,29; 30,22; Êx 2,24; 6,5; 32,12-13; Lv 16,42; Sl 104,8; 105,45 etc.).

Daí, os primeiros cristãos sempre celebraram a Eucaristia, de acordo com o Apóstolo Paulo: “Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação” (1Cor 11,27-29).

Fora da Escritura, mas fazendo eco a Ml 1,11, a Didaqué, manual cristão dos fins do século I, prova a celebração da Eucaristia: “Reúna-se no dia do Senhor para partir o pão e agradecer após ter confessado seus pecados, para que o sacrifício seja puro. Aquele que está brigado com seu companheiro não pode juntar-se antes de se reconciliar, para que o sacrifício oferecido não seja profanado. Esse é o sacrifício do qual o Senhor disse: ‘Em todo lugar e em todo tempo, seja oferecido um sacrifício puro porque sou um grande rei – diz o Senhor – e o meu nome é admirável entre as nações’” (XIV,1-3).

 

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