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Viralizou: irmão de jovem com paralisia responde a atriz que apoia aborto

Milagros Juez
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ACI Digital - Reportagem local - publicado em 22/08/18
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“A minha irmãzinha não é um problema: o problema é como você pensa”A vida nos premiou com um anjo“: esta afirmação faz parte da comovente carta que o irmão de uma jovem com paralisia cerebral dirigiu à atriz venezuelana Catherine Fulop, que hoje vive na Argentina. Fulop havia declarado, em um programa de televisão, que abortaria caso estivesse esperando um bebê diagnosticado com algum tipo de deficiência.

Quando explicava a sua posição pró-aborto no programa “Debo decir” (“Tenho que dizer”), do canal América TV, a atriz contou que, aos 40 anos, decidiu ter um terceiro filho com seu esposo, mas o médico advertiu que o bebê poderia ter alguma “doença”. Isto os fez mudar imediatamente de ideia.

[Se o bebê] “viesse com problemas, eu não o teria. Quem assume esse problema? Durante uns anos eu até poderia contar com a minha família, porque o Estado não dá nada. Se eu morasse na Suíça, teria todas as criancinhas com problemas que você quiser, mas eu não moro na Suíça, moro neste país”.

No programa, veiculado no domingo 12 de agosto, também estava presente o ex-senador argentino Luis Juez, cuja filha de 17 anos, Milagros, nasceu com hipoxia cerebral. Depois das palavras de Fulop, Juez respondeu, comovido:

“Nós acreditávamos que tínhamos um problema, mas temos um anjo”.

A esta declaração do ex-senador, somou-se a longa carta pública escrita por seu filho Martín Juez, que se dirigiu à atriz venezuelana em nome de sua irmã Milagros, a quem chama de “Mily”. A carta rapidamente viralizou na Argentina.

Escreve Martín, em nome de Mily:

“Estimada Sra. Fulop, com certeza eu não poderia lhe dizer pessoalmente, porque as minhas habilidades não me permitem, mas o meu irmão me ajuda a transmitir as minhas emoções e sentimentos a respeito do que você disse ontem e que me deixou pensando… Será que eu realmente sou um problema para a minha família? Será que as milhares e milhares de crianças que nascem com algum tipo de deficiência são um problema?

Eu não acredito nisso. Os meus familiares, sempre que chegam em casa, olham para mim com um sorriso, me dão um beijo, me abraçam e, mesmo quando estão com pressa, têm tempo para brincar comigo. Além disso, sempre que eles têm um problema, me chamam, me abraçam e me procuram”.

Para esta família, a atriz errou ao…

“…cometer o terrível erro do fanatismo, esse erro que não a deixa ver além do que você pensa, porque é claro que a discussão aqui não é a interrupção voluntária da gravidez; a questão problemática é o que você disse sobre as crianças com capacidades diferentes, que, por serem ‘um problema’, são motivo suficiente para abortar.

Também a ouvi dizer que o Estado não oferece recursos necessários para se ter um filho com deficiência. E nisso você tem razão: precisamos de certos medicamentos, tratamentos, fisioterapia etc., que exigem altos valores, mas, sabe de uma coisa? Tenho certeza de que nenhum Estado nem dinheiro no mundo pode dar o recurso mais importante de todos, que é o amor de uma família. Esse recurso vem carregado de solidariedade, respeito, cuidados, abnegação, fraternidade e tudo o que isso envolve. Pense em como vivem aquelas famílias humildes com crianças deficientes… Você pensa que, para esses pais, elas são um problema? Não. Você se equivocou, ou, pelo menos, é isto o que eu acho”.

O irmão de Mily compartilha também a experiência de conviver com a deficiência da irmã:

“É tão bonito! É saber que sempre vai haver alguém mais importante; é saber que essa pessoa luta todos os dias contra algo que ela não escolheu, mas que aconteceu a ela, e, mesmo assim, ela mantém um sorriso no rosto; é saber valorizar as coisas importantes que a vida realmente tem; é saber perceber que a vida nos premiou com um anjo que todos os dias nos ensina algo novo”.

Martín acrescenta que escreveu esta carta…

“…com uma mistura de indignação e impotência, porque pedi ao meu pai para escrever, já que ele, com certeza, seria escutado, mas tive que me conformar com um ‘Fique tranquilo, filho, não posso fazer nada porque depois vão dizer que estou expondo a Mily’. E é verdade: ele tem razão. Mas a minha irmãzinha não é um problema: o problema é como você pensa”.

E encerra:

“Eu fico com a bênção de ter o nosso Anjo chamado Mily conosco”.

Em apenas 24 horas, a carta foi compartilhada 54 mil vezes e ultrapassou os 11 mil comentários.

O jovem Martín publicou depois uma foto da irmã, sorridente, para agradecer pelo apoio.

Catherine Fulop pediu desculpas via rede social e afirmou que aquilo que tinha dito não representa os seus reais pensamentos. No entanto, manteve a sua defesa do aborto:

“Sou a favor da legalização do aborto, mas o que disse não é o que as minhas ações de toda a vida representam. Peço sinceras desculpas ao público e às pessoas que machuquei com minhas palavras”.

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A partir de matéria da ACI Digital

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