Saiba o que é o colapso de autocontrole e como ajudar seus filhos a lidar com ele Quando meus filhos chegam em casa depois da escola, todos fazem coisas muito diferentes do que estão acostumados. A menina de 12 anos, enquanto assalta a dispensa, começa a falar na velocidade da luz, principalmente, contando sobre o que aconteceu no dia. Já a de nove come algo e já inicia os deveres. Mas, depois, começa a reclamar de tudo. O menino de oito anos se tranca no quarto e fica brincando com as figurinhas de Pokemon por horas. E o menino de 5 anos faz birra, jogando-se no chão da cozinha.
Isso acontece rigorosamente todos os dias. Quatro filhos, quatro estados emocionais diferentes. Todos tentando relaxar depois de um longo dia de escola, horários, tarefas e muita aprendizagem. Enquanto isso, eu tento fazer os deveres domésticos e preparar o jantar. Porém, inevitavelmente, alguém começa a chorar (alguém além do meu menino de cinco anos, que já estava chorando). E, nos dias mais difíceis, este alguém sou eu.
O fato é que isso é muito comum entre as crianças em idade escolar. Tão comum que tem até um nome, segundo a revista Motherly: colapso do autocontrole depois da aula.
“As crianças experimentam [este colapso] de várias maneiras. Algumas se jogam por completo e fazem birras ou desobedecem as instruções dos pais. Outros simplesmente se retiram ou ficam tranquilos durante um tempo depois da escola”, afirma Stacy Haynes, CEO e psicóloga no Little Hands Family Services.
Como facilitar a transição depois da jornada escolar
Ao fim da jornada escolar, a maioria dos pais quer perguntar sobre tudo o que aconteceu no dia. Mas isso pode ser a última coisa que a criança precisa durante certo tempo, diz Haynes. “Dê um tempo às crianças para que elas relaxem suas mentes”, explica.
“Ofereça a seus filhos alguma atividade física imediatamente depois da escola, como algum esporte, yoga ou caminhada. Isso ajuda a relaxar e a equilibrar a mente e o corpo”, complementa a psicóloga. Para ela, os deveres podem esperar, e, provavelmente, os resultados serão melhores quando as atividades forem feitas depois do descanso cerebral.
Como minha filha de 12 anos processa as coisas falando sobre elas (às vezes sem parar), foi assim que ela encontrou uma maneira de relaxar. Na realidade, eu nunca tentei deixá-la falar até que tivesse terminado. Sempre corto o falatório. Embora para mim seja um esforço ouvi-la pacientemente, sei agora que deixá-la falar é uma maneira de dar um respiro ao cérebro dela, para que ele possa voltar a se concentrar nas tarefas.
Já o meu filho de oito anos sempre processou as coisas brincando sozinho. Faz tempo que identifiquei nele este costume e, raramente, interfiro no seu ritual depois da escola. No entanto, meus filhos de nove e cinco anos têm sido um mistério para mim. Do que eles reclamam? Qual o motivo das lágrimas e das birras?
Agora eu entendo. Depois de tudo, eu também preciso de um tempo para relaxar. Às vezes eu leio, faço exercícios, mas o que nunca faço é emendar um longo dia de trabalho em mais trabalhos. Meu cérebro frita se eu fizer isso – e eu sei que, se eu o fizer, não terei bons resultados.
No entanto, se eu retomar as tarefas depois de uma pausa generosa, quase sempre me refresco o suficiente para fazer as últimas coisas do dia, antes de dormir. Tem sentido que meus filhos sintam exatamente o mesmo.
O segredo disso tudo é averiguar que tipo de descanso ajuda cada um a relaxar. Sei que não será um jogo solitário, pois nem todos os meninos gostam de brincar sozinhos. E não será um conversa interminável…
Aposto que dar-lhes algo para comer e meia hora para nadar ou brincar ao ar livre será exatamente o que as crianças precisam para superar o cansaço e conseguir atingir o estado de ânimo adequado para fazer os deveres do colégio antes que chegue a hora de dormir. E, se eu brincar com elas, poderei também obter o mesmo benefício para mim, né?