Prognósticos ultrapassados causam aborto de 64% dos bebês com espinha bífidaA espinha bífida é uma condição em que a espinha dorsal e a medula espinhal não se desenvolvem adequadamente, provocando, em muitos casos, inaptidão para caminhar, acúmulo de líquido no cérebro, falta de controle na bexiga e outras complicações. Muitos bebês diagnosticados com espinha bífida ainda na gestação nem sequer chegam a nascer nos países que permitem o aborto. Só nos Estados Unidos, por exemplo, 64% deles são abortados.
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Mas a norte-americana Misty Boyd “escapou” destas estatísticas trágicas porque os médicos só descobriram a sua condição depois que ela nasceu, em 1983. Mesmo assim, eles ainda insistiram em fazer prognósticos extremamente negativos – e falsos.
A própria Misty, que hoje tem 35 anos, é casada e trabalha, contou a sua história num texto que foi compartilhado pela Spina Bifida Association no Facebook:
“Quando eu nasci e fui diagnosticada com espinha bífida, o médico se desculpou intensamente, dizendo que poderia ter ‘feito algo’ se soubesse. Ele disse aos meus pais que a minha condição era incompatível com a vida. Eu teria muitas dificuldades mentais e jamais caminharia, nem falaria, nem me alimentaria ou seria independente em qualquer sentido. Se o médico tivesse descoberto o meu defeito por ultrassom, teria insistido para que eu fosse abortada devido à ‘baixa qualidade de vida’”.
“Nada do que o médico predisse para o meu futuro chegou a acontecer. Sou casada, tenho sucesso na minha carreira e sou muito feliz”.
No início da sua vida adulta, Misty resolveu pesquisar a situação geral das crianças diagnosticadas com essa mesma condição:
“Certamente a tecnologia médica teria ido longe o suficiente para que não precisássemos dar prognósticos tão sombrios para esses bebês, certo? Pois não demorou muito para que o meu coração se despedaçasse ao saber que os médicos continuavam dando o mesmo prognóstico falso, negativo e mal informado. Mesmo que a tecnologia tenha avançado bem mais na luta para nos ajudar a viver plenamente em comparação com a época em que eu nasci, os médicos continuam pintando os piores cenários como se eles fossem o destino tipicamente esperado de alguém com espinha bífida”.
Sobre os bebês abortados em seu país por causa dessas informações ultrapassadas, a sobrevivente vencedora declara e questiona:
“Eles nunca têm a chance de provar aos médicos que eles estão errados. Como eles podem ter tanta certeza sobre a baixa qualidade de vida se tão poucos de nós têm a chance de mostrar outra realidade?”.
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A partir de matéria de Sempre Família