Esmolaria Apostólica intensificou esforços de assistência, em nome do Papa, aos pobres, sem-teto e indigentes da Cidade EternaO grande frio que se abate nestes dias sobre a capital italiana mobilizou de modo particular os que se dedicam à acolhida e assistência aos pobres e sem-teto: paróquias, comunidades, movimentos e muitas outras instituições de caridade.
Em primeira fila, destaca-se a Esmolaria Apostólica, antiga instituição vaticana que se ocupa das obras de caridade realizadas diretamente em nome e por ordem do Papa. Guiada pelo recém-criado cardeal Konrad Krajewski, a Esmolaria Apostólica intensificou os seus esforços para dar assistência aos pobres, sem-teto e indigentes da Cidade Eterna.
Proteção contra o frio
Uma das suas prioridades, diante da emergência do frio rigoroso em Roma, foi a distribuição de cobertores e sacos de dormir, resistentes às baixíssimas temperaturas de inverno, aos mais necessitados. Seus voluntários saem, à noite, para monitorar a situação dos sem-teto e fornecer-lhes todo o necessário.
Alojamento e dormitório Dom da Misericórdia
Graças à contribuição da Esmolaria Apostólica foi aberto um alojamento, nas adjacências da Praça São Pedro, em locais de propriedade dos padres jesuítas, para abrigar os necessitados não só da Itália, mas também os chegados de outras nações e que hoje vivem nos arredores. O dormitório, chamado “Dom da Misericórdia”, é dirigido por três Missionárias da Caridade, a ordem religiosa feminina fundada por Santa Teresa de Calcutá, e por dois voluntários que já forma sem-teto e que agora, assim como outros reabilitados, conseguiram reintegrar-se no mundo do trabalho e começar uma nova vida graças à ajuda da Esmolaria Apostólica.
As pessoas que batem à porta do dormitório podem ficar hospedadas ali até por dois ou três meses, enquanto não tomam um rumo em sua vida ou voltam para seus países de origem. Porém, geralmente, há certa rotação planejada dos beneficiários.
Centro de hospedagem Reitoria São Calisto
Outra área reservada para a assistência aos sem-teto é a Reitoria de São Calisto, propriedade do Vaticano, em pleno centro histórico de Roma, anexada à paróquia de Santa Maria em Trastevere, confiada à comunidade romana de Santo Egídio.
Pelo terceiro ano consecutivo, durante o inverno rigoroso, as portas da igreja e as salas adjacentes se abrem, com suas trinta camas, cobertores e banheiros. O centro de hospedagem acolhe os indigentes, garantindo-lhes um teto acolhedor para dormir e refeições diárias.
Refeitórios e comida quente
Para aliviar o frio e a fome dos sem-teto de Roma, a Esmolaria Apostólica, em parceria com alguns diáconos romanos, oferece pratos quentes para centenas de pessoas necessitadas, refugiadas nas principais estações ferroviárias e metrôs da capital italiana.
Uma vez por ano, o Papa Francisco também recebe pessoalmente centenas de pessoas carentes para almoçarem com ele. O gesto tem um propósito específico: chamar atenção de doadores e benfeitores para que se comprometam a colaborar mais eficazmente na tarefa de combater a fome.
Em geral, esse almoço com o Papa acontece no Dia Mundial dos Pobres, uma data criada pelo próprio Francisco e que é celebrada em novembro, época em que o frio começa a se intensificar na Europa.
Na edição de 2018, foram convidados 1.500 pessoas pobres para o almoço especial com o Papa, em 18 de novembro.
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Duchas e barbearia
O Papa Francisco também mandou construir, alguns anos atrás, um complexo com duchas e banheiros de alta qualidade, sempre limpos e com a manutenção atualizada, para receber pessoas carentes que vivem sem endereço fixo e sem recursos próprios na cidade de Roma. Alguns meses depois, ele determinou que também fosse montada e mantida uma barbearia para atendê-los gratuitamente.
Lavanderia
Além disso, Francisco pediu que fosse disponibilizada para a população carente de Roma uma ampla e bem equipada lavanderia, onde pudessem dignamente cuidar das próprias roupas.
Apoio para trabalho e recolocação
Essas obras são formas de caridade pontuais, que visam aliviar as dificuldades das pessoas em situação grave de necessidade. Nada disso seria suficiente, no entanto, se essas diversas obras de caridade e ação social, criadas e mantidas pela Igreja, não fizessem também o trabalho de encaminhar as pessoas necessitadas rumo à autonomia, mediante ajudas para encontrarem trabalho e se recolocarem profissionalmente.
Afinal, por mais que soe como um clichê, continuará sempre sendo verdade que é muito mais efetivo ensinar a pescar do que dar o peixe.
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Com informações do Vatican News