Essa abordagem “adulta” é adaptada para ajudar as crianças menores a desenvolver estratégias de enfrentamentoNós entramos na garagem e encontramos uma grande caixa. Meu coração “parou”; eu esperava que meu filho de 3 anos não visse, mas já era tarde demais.
“Ooh, mamãe, essa caixa pode ser um presente para mim!”.
“Não, Juniper, essa caixa tem um presente para sua prima Marta. É a festa de aniversário dela no domingo, lembra? Lembra como compramos um presente para ela?”.
Ele se lembrava, mas ainda era muito difícil para ele me ver levar uma grande caixa para outra criança. Eu estava esperando birras, mas elas não vieram. Em vez disso, ele começou a contar histórias:
“Mamãe, quando vi aquela caixa, achei que era um presente para mim! Mas não era. Eu queria que fosse para mim, mas depois aconteceu que era para Marta. E eu estava muito, muito bravo com isso! Eu queria muito esse presente, e não posso tê-lo, e estou muito desapontado com isso!”.
Essa pequena história foi o destaque da minha semana, porque significou que uma das minhas maiores formas de tentar ajudá-lo a construir inteligência emocional e resiliência está funcionando.
Emoções podem ser esmagadoras, especialmente quando você tem três anos, então eu tenho tentado ajudá-lo a trabalhar com elas, destilando-as em pequenas histórias. Uma criança pode olhar até mesmo a história mais emocional de maneira objetiva. Uma história tem começo, meio e fim – é gerenciável e compreensível.
É a diferença entre um furacão, que é assustador e caótico, e uma imagem de um furacão. Quando contamos a “história” do evento difícil, posso ajudá-lo a se concentrar no que é importante, e posso ajudá-lo a nomear as emoções para que ele entenda o que está sentindo.
Fazemos isso quando ele se machuca e funciona como mágica. Eu digo: “Oh, Juniper, você estava correndo tão rápido que você caiu direto na porta! Isso deve ter doído muito. Você estava tão animado para me mostrar o brinquedo que você construiu que esqueceu-se de olhar para onde seus pés estavam indo! Eu sei que realmente te assustou quando você bateu com a cabeça”.
É uma história. Isso o ajuda a processar o que aconteceu, por que aconteceu e quais emoções ele está sentindo. Mesmo que eu não consiga fazer o esfolado no joelho sumir, a história ajuda com os outros tipos de dor – neste caso, o susto e a interrupção abrupta de sua brincadeira. Valida a dor física, mas não se concentra nela. A história inclui o quadro geral, não apenas a dor, mas também seu entusiasmo no brincar.
Estou essencialmente dando a ele os benefícios de um diário (que tem um enorme efeito no processamento emocional) antes que ele tenha idade suficiente para escrever. Os adultos fazem a mesma coisa o tempo todo, quer o escrevamos ou não. Quando meu marido chega do trabalho, eu sempre descarrego todas as minhas “histórias” sobre ele. Como foi o dia, como me senti em relação a tudo isso – ele faz o mesmo comigo – e ambos nos sentimos cem vezes mais relaxados depois de termos compartilhado o dia em palavras.
Quanto mais eu ajudo meu filho a contar essas histórias em miniatura, mais noto que ele faz tudo sozinho. Agora, quando algo de ruim acontece (para qualquer um de nós), sabemos o que fazer: condensá-lo em uma história.