Um estudo recente afirma que o tempo dedicado aos melhores amigos não é um luxo, mas uma necessidadeNa semana passada, três amigas me perguntaram se eu tinha um tempinho para sair com elas. Não por algum motivo em particular – só para passar um tempo juntas e conversar.
Eu tive de dizer que não poderia vê-las porque meus filhos estavam resfriados. Mas eu prometi verificar minha agenda e tentar marcar para a semana que vem.
Infelizmente, essa é uma resposta que tenho dado às minhas amigas há algum tempo. E embora seja verdade que eu não tenho tempo para sair, estou começando a perceber que isso é inadequado – tanto para minhas amigas quanto para mim mesma.
Crianças doentes e pilhas de trabalho fazem parte da vida, e nunca haverá um tempo em que a vida desacelere o suficiente para me dar infinitas horas de tempo livre que eu possa preencher com o que quiser, pelo menos não até meus filhos crescerem.
Mas a amizade também faz parte da vida – ou pelo menos deveria fazer. De acordo com um novo estudo, passar um tempo com as amigas é essencial para a saúde e o bem-estar de uma mulher:
Robin Dunbar, psicólogo responsável pelo estudo, afirmou ao “The Vancouver Sun” que a saúde e o bem-estar geral das mulheres melhoram quando elas se reúnem com quatro de suas melhores amigas duas vezes por semana.
Entre os benefícios para a saúde estão a recuperação mais rápida em caso de doença, sistema imunológico mais forte, diminuição nos níveis de ansiedade e aumento dos níveis de generosidade, o que faz com que as mulheres se sintam melhores e geral.
“Pesquisas mostram que mulheres, [provavelmente] mais que homens, precisam manter essas conexões. Elas aumentam a serotonina e a oxitocina”, diz a pesquisadora Alisa Ruby Bash. Estudos da Universidade de Stanford parecem confirmar isso, assim como um estudo da UCLA mostrou que, em tempos de estresse, as mulheres liberam oxitocina.
Eu não fazia ideia de que as mulheres liberam oxitocina durante períodos de estresse, mas faz sentido. Períodos de alto estresse sempre me fazem querer falar com alguém – uma amiga, um membro da família.
Durante os longos e solitários anos em que meus filhos eram pequenos, às vezes eu me sentia desesperada por conversas de adultos. Agora que meus filhos são um pouquinho maiores e eu trabalho fora de casa, esse desespero desapareceu.
Mas o desejo de passar algum tempo com minhas amigas está sempre presente, e eu sinto isso mais intensamente quando meu nível de estresse está alto.
Eu sempre achei que isso era uma fraqueza, algum tipo de falha em minha personalidade que indicava que eu não tinha estabilidade emocional para enfrentar coisas difíceis sozinha. Apesar de toda a pesquisa científica que eu tinha lido sobre a importância da amizade, eu ainda estava convencida, no fundo, de que sentir-me solitária era algo tolo.
Então, aprender que isso não é um mero sentimento, mas uma resposta biologicamente motivada ao estresse, é sinceramente libertador.
Não tenho que me perguntar secretamente se sou um desastre emocional, porque realmente quero ligar para minhas amigas e tomar um café.
Melhor ainda, eu não tenho de me sentir culpada quando eu ligo para elas. Na verdade, provavelmente cumprirei melhor minhas tarefas depois de um bate-papo com uma xícara de café.