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Sacerdote responde: a recente consagração do Brasil a Nossa Senhora foi válida?

Oração pelo Brasil
ACI Digital - Aleteia Brasil - publicado em 27/05/19

Críticas na internet questionaram o ato de consagração do país ao Imaculado Coração de Maria, realizado neste mês no Palácio do PlanaltoA assinatura de um ato de Consagração do Brasil ao Imaculado Coração de Maria, realizada no Palácio do Planalto neste último dia 21 de maio, contou com a presença de dom Fernando Arêas Rifan, ordinário da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, e do presidente da República, Jair Bolsonaro.



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Na mesma data, começaram a surgir nas redes sociais tanto manifestações de apoio quanto críticas e questionamentos sobre a validade do ato.

Para esclarecer as dúvidas, a agência católica ACI Digital entrevistou o pe. Augusto Bezerra, bastante conhecido pelo apostolado nas redes sociais.

Confira a seguir os pontos destacados pela reportagem.

Sobre o ato de consagração

  • O ato de consagração do Brasil foi um pedido da Frente Parlamentar Católica, representada na ocasião pelo deputado Eros Biondini (PROS-MG).
  • Durante o ato, foi rezado um mistério do terço sob a presidência do diácono Nelson Correa, da Comunidade Canção Nova, seguida de um canto de consagração entoado pelos presentes.
  • O pe. Oscar Pilloni, que falou da devoção a Maria no Brasil e da sua importância na vida dos brasileiros, afirmou que, nesta ocasião, foi renovada a solene Consagração do Brasil que já havia sido feita ao Imaculado Coração de Maria.
  • Segundo os organizadores, consagrar o Brasil ao Imaculado Coração seria uma resposta ao pedido de Nossa Senhora em Fátima: que o mundo fosse consagrado ao seu Imaculado Coração, especialmente a Rússia.
  • Críticas de internautas afirmavam que o ato em Brasília não teria utilizado a fórmula de consagração das nações ao Imaculado Coração de Maria, nem contado com a presença do colegiado de bispos.

Esclarecimentos do pe. Augusto Bezerra sobre o rito

“A consagração a Nossa Senhora não é um rito sacramental, no sentido de haver rubricas inamovíveis, fixas, que devem ser obedecidas com rigor ou do contrário a mesma seria inválida. Note-se que existiram várias formas de Consagração a Nossa Senhora na história da Igreja e existem formas diferentes em muitos lugares do mundo ainda hoje. Essas tradições vão se moldando segundo a devoção popular”.

Ele citou, como diversos exemplos de fórmulas de consagração mariana, o conhecido método proposto por São Luis Maria Grignon de Montfort em seu tratado e a consagração a Maria logo após o batismo de uma criança:

“A consagração das crianças após a celebração do sacramento do batismo é um bom exemplo. Os cantos ou as fórmulas podem variar de uma Igreja particular para a outra e, ainda assim, todas são igualmente válidas. É preciso mudar esta ideia de que existe uma única maneira, rígida, litúrgica, para a consagração a Nossa Senhora, até porque esta é uma paraliturgia”.

Sobre a relevância do gesto realizado por um governo, o sacerdote considerou:

“Devemos considerar que este gesto do governo de introduzir a imagem de Nossa Senhora no Palácio do Planalto é um gesto de temor a Deus em primeiro lugar. Quando a gente muda para uma situação política onde Deus tem espaço na sociedade, os católicos devem colocar-se numa posição de júbilo, pois, até pouco tempo atrás, testemunhamos como Deus estava sendo proibido em alguns corredores públicos. Então, quando começamos a ver o nome de Deus defendido, falado nesses corredores públicos, sem ser censurado, sem ser violentado, isto é um sinal positivo para nós”.

Comentários do pe. Augusto sobre as acusações ao presidente do Brasil

O presidente Jair Bolsonaro foi acusado, por parte dos internautas, de ter participado do ato de consagração apenas por interesses midiáticos. A isto, o sacerdote respondeu:

“Não estamos em grau de julgar isto. Em todo caso, se isto ocorreu, quem o julgará será Deus e não nós, pois não estamos em condições de ver os corações das pessoas. Entretanto, só o fato de ter o mínimo de temor e reverência pelo sagrado, pelo religioso, por aquilo que é sinal da fé, isto já é uma coisa muito boa porque Deus tem espaço. Se um governo abre a porta para Deus, que bom! Então deixe Jesus entrar!”

O pe. Augusto propôs cuidado com o farisaísmo nos julgamentos:

“Não nos portemos como os fariseus, que julgavam as supostas segundas intenções das pessoas ao redor de Jesus. É muito feio ver cristãos e católicos criticando um simples gesto de fé como o que foi realizado em Brasília. Não devemos nos portar como os fariseus, pois é assim que Jesus quer entrar neste governo e em toda a sociedade, nas escolas, nas universidades, nas casas, nos ambientes de comunicação. Não importa quem esteja lá dentro e quais sejam as intenções destas pessoas, pois Jesus pode mudar o coração de qualquer um, até daqueles que têm segundas intenções”.

E voltou a destacar a importância de se dar lugar à fé na vida pública do país:

“Acredito que este é um passo para romper uma cultura de positivismo, de materialismo dentro sociedade, de laicismo, de guerra contra Deus e o sobrenatural, para dar espaço Àquele que é o sentido da cidade dos homens. Nós precisamos reverenciar a cidade de Deus, que é o paraíso, a eternidade, para que possamos fazer qualquer coisa similar aqui na Terra. Mas, para isso, precisamos primeiramente ter temor a Deus e devoção àquilo que é da fé”.

Comentários adicionais do sacerdote

O pe. Augusto lançou publicou um comentário diretamente no seu perfil pessoal do Facebook, levando em conta outros aspectos do ato de consagração do Brasil ao Coração Imaculado de Maria:

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A partir de matéria da ACI Digital

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