Embora haja mais mártires cristãos hoje do que nos primeiros séculos da Igreja, o seu martírio não faz notíciaEm entrevista ao Vatican News, o cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, falou da violência contra os cristãos no mundo todo, frequentemente denunciada pelo Papa Francisco e rotineiramente ignorada pela comunidade internacional e pela grande mídia. Aliás, evocando palavras recentes do Papa, dom Orani observou que a maioria dos cristãos assassinados e perseguidos dá a vida em silêncio, porque, embora haja mais mártires cristãos hoje do que nos primeiros séculos da Igreja, o seu martírio não faz notícia.
Ele considera que essa violência é motivada tanto pela intolerância quanto, mais basicamente, pela falta de Deus na vida dos violentos.
Diante deste cenário, porém, muitas comunidades cristãs têm reagido com misericórdia e não com vingança:
“Neste momento em que a Igreja é perseguida e sofre dificuldades é que ela fala da experiência da misericórdia, nunca de vingança, justamente como Jesus, no alto da cruz. Nesses momentos, no meio das trevas, é que se faz brilhar a luz de Cristo. E não há um século, na história da Igreja, em que não houve perseguição em algum lugar do mundo. E isso faz parte da intolerância, da própria caminhada da Igreja, como também da falta de Deus que leva as pessoas a terem violência umas contra as outras”.
Dom Orani acrescenta:
“Nós somos portadores dessa luz de Cristo para dizer que é possível uma sociedade diferente: aqueles que escutam, terão um coração transformado (…) Cabe a nós, Igreja, sermos aqueles que levam a Luz de Cristo aos irmãos; sermos essa luz no meio do mundo”.