O atentado causou cerca de uma dezena de feridos – três dos quais em estado grave
O atentado, que causou cerca de uma dezena de feridos – três dos quais em estado grave – e seria reivindicado horas mais tarde pelo Daesh, os jihadistras do auto-proclamado Estado Islâmico, causou ainda avultados danos materiais nos edifícios contíguos à Igreja, tendo provocado ainda um incêndio de grandes proporções.
As notícias do atentado espalharam-se por todo o país com alguma rapidez e chegaram também a Qara, onde vive no Mosteiro de São Tiago Mutilado uma jovem religiosa portuguesa, a irmã Myri.
Segundo relato enviado para a Fundação AIS por Mária Lúcia Ferreira (conhecida como Irmã Myri), mal houve a notícia do atentado, uma pessoa que se encontrava a trabalhar no Mosteiro e que é originária de Qamishli procurou saber o que se tinha passado até por ter familiares a residir precisamente na rua onde se deu a explosão do carro armadilhado.
De Qamishli, diz a irmã Myri, explicaram que “tinha sido um carro armadilhado e que os feridos pediram para serem levadas à igreja antes de serem transportados para o hospital”.
Segundo explicou ainda a religiosa portuguesa – que pertence à Congregação das Monjas da Unidade de Antioquia e vive na Síria desde 2008, após ter passado pela França e pela Terra Santa –, “imediatamente depois do atentado celebrou-se missa na igreja e isto diz bem da fé dos siríaco-ortodoxos”.
No entanto, apesar desta manifestação de fé das pessoas de Qamishli, o violento atentado que só por razões fortuitas não teve consequências mais graves, deixou a comunidade cristã apreensiva em todo o país.
O facto de o atentado bombista ter ocorrido num bairro predominantemente cristão em Qamishli, a cidade capital de uma região autónoma curda no nordeste da Síria, parece indiciar que havia o propósito claro de atingir esta comunidade religiosa numa altura em que a violência está aparentemente a regressar ao país.
No próprio dia 11, recorde-se, um outro violento atentado causou pelo menos 13 mortos em Afrin, uma cidade situada no norte da Síria e que está sob o controle de grupos rebeldes apoiados pela Turquia.
(Departamento de Informação da Fundação AIS)