O querido sacerdote brasileiro recorda que não precisamos ver para crer, nem podemos levar a sério tudo o que se diz que se viu e ouviuO pe. Zezinho compartilhou em sua página no Facebook uma reflexão sobre o fato de que não precisamos ver para crer, bem como sobre o fato de que nem tudo o que se diz que se viu pode automaticamente receber crédito.
Eu e os habitantes do céu
- Não sei como é em outras catequeses de outras igrejas ou religiões.
- Mas eu nunca vi Deus; falo com Ele, mas Ele não fala aos meus ouvidos nem me manda recados durante a noite.
- Não tenho visões nem audições do céu.
- Não sei falar em línguas dos anjos nem sei como elas soam. Sei que o que ouço na TV e no rádio não é linguagem do céu! É tudo padronizado demais. E cada vidente faz sempre os mesmos sons e sílabas…
- Nunca vi um anjo nem um arcanjo. Nunca falei com São Miguel, São Rafael e São Gabriel. Os evangelhos dizem que Maria falou com o anjo Gabriel. Em Jesus e Maria eu creio, mas eles nunca apareceram para mim.
- Imagino que quando os anjos se manifestam a algum vidente, não aparecem vestidos de soldado grego ou romano de três ou dois mil anos. E também não sei se sempre se vestem de branco. A Bíblia fala de seres com aparência de humanos.
- Falo com o Filho eterno que creio ser Jesus e que revelou o Pai e o Espírito Santo, mas nunca vi nem o Pai, nem o Filho, nem o Espírito Santo. Nem sei se as pinturas que retratam Jesus mostram como Ele realmente era. Naquele tempo vão havia fotografias.
- Creio, mas não sei nem mesmo imaginar como é a Santíssima Trindade.
- Imaginar não é ver. As pinturas que imaginam o Pai, o Filho glorificado e o Espirito Santo são imaginações de pintores, alguns dos quais nunca estudaram Bíblia, nem História das Religiões, nem Psicologia, nem Teologia. Eles também nunca viram anjos ou arcanjos.
- Eu nunca vi Maria nem os santos que já estão no céu. Falo com ela e com eles, mas ela e eles nunca me apareceram.
Um católico fervorosíssimo, ao ouvir minha catequese sobre CRER MESMO SEM VER, meio irado com o que ouviu na rádio, me telefonou perguntando “que raio de padre era eu que duvidava de tudo”.
Não quis ouvir minha explicação. Se tivesse lido a Bíblia por inteiro, os documentos da Igreja e o Catecismo da Igreja Católica, talvez tivesse lido que O JUSTO VIVE DA FÉ. E, se tivesse lido São Paulo, teria visto a passagem na qual Paulo diz que…
“Por enquanto vemos tudo como através de um espelho. Mas um dia veremos tudo com realmente será!“
Por enquanto, respeito quem diz que viu e ouve o céu. Que bom para eles! Eu não vejo nem ouço. Eu apenas deduzo e creio pelo que li na Bíblia e nos livros de Teologia.
Mas creio e recito tranquilo as aclamações do CREDO dos católicos, que se recita aos domingos depois do sermão do padre. Aceito a doutrina católica.
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Pe. Zezinho, via Facebook
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