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O que você deve saber antes de dizer que sua esposa é viciada em celular

RELACJE
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Cerith Gardiner - publicado em 23/01/20
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Talvez os maridos não devessem ser tão rápidos para julgar as esposas ou outras mãesSão boas as chances de você estar lendo estas palavras no seu melhor amigo digital: o smartphone. Não importa se você está no carro esperando seu filho terminar a aula de futebol ou aproveitando alguns minutos extras para engolir um café entre reuniões.  Esses tempos gastos em seu telefone para ler ou conversar com alguém são preciosos. E, graças a esses aparelhos de bolso, podemos entrar e sair de nossas vidas sociais com relativa facilidade, mantendo-nos conectadas a amigos, familiares e ao resto do mundo, enquanto tentamos cumprir nossos inúmeros papéis da melhor maneira possível.

Claro, há o outro lado disso tudo: também podemos acabar nos tornando tão dependentes de nossos celulares a ponto de nos esquecermos por um momento de nossas vidas reais. Para muitas de nós, sair de casa sem um telefone chega a dá palpitações. Então, como estabelecer limites?

De maneira geral, o debate sobre o tempo que os adultos passam no celular está acontecendo em quase todas as casas nos Estados Unidos. Vamos tomar a Jessica como exemplo. Ela é mãe de três filhos e o marido dela expressou sua preocupação com o “vício” que ela tem em telefone. Por isso, ela decidiu escrever uma carta aberta ao marido para explicar por que ela usa tanto o aparelho:

“A minha rotina como mãe que tem que ficar em casa é muito diferente. Eu não converso sempre com adultos e as minhas únicas companhias são uma criança que mal consigo entender, um bebê e um cachorro”. Ela continua explicando como a sua nova vida em casa provocou sentimentos de isolamento social e solidão: “Até mesmo uma conversa na fila de checkout parece muito boa agora”.

Embora estar com nossos filhos seja um privilégio e uma benção, todas nós temos momentos em que precisamos ter contato com os outros. O sistema de suporte virtual dos grupos de mães on-line deu mais tranquilidade a Jessica, dizendo-lhe que é perfeitamente normal que um bebê cuspa refeições vegetarianas que preparamos tão amorosamente. Elas também ensinam a melhor maneira de acabar com as marcas de arte na parede. Por isso, Jessica conclui: “os grupos de mães on-line são minha lifeline … Essas mulheres mudaram literalmente minha vida de maneira grande e sutil. Mesmo que não possamos passar muito tempo juntas fisicamente… elas realmente entendem o caminho que estou percorrendo.”

Estes, no entanto, são benefícios que seu marido trabalhador pode não entender. “O que você não percebe … é … o quanto foi difícil para mim me ajustar a essa nova vida, a esse novo papel e quão inadequada eu me sinto às vezes. É bom me dizerem que estou fazendo um bom trabalho; e eu preciso ouvir essas coisas de um estranho – da minha aldeia virtual”, diz a carta.

Do ponto de vista de Jessica, seu smartphone não é um vício. Ela está se adaptando a uma era em que nem sempre podemos ver fisicamente nossos parentes, amigos ou mentores, mas podemos experimentar o apoio deles ou prestar atenção aos seus conselhos de longe. E uma mãe que trabalha fora pode obter um benefício semelhante do seu telefone, usando-o como uma maneira de permanecer no circuito doméstico, mesmo quando ela não pode estar fisicamente com os filhos.

Então, talvez os maridos não devessem ser tão rápidos para julgar as esposas ou outras mães. Em vez disso, deveriam refletir sobre o uso do smartphone, perguntando se elas estão usando esse telefone para escapar da realidade ou para ajudar em suas rotinas.

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