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Papa Francisco fala do “dom das lágrimas”: chorar faz parte da cura da alma

POPE FRANCIS
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Reportagem local - publicado em 14/02/20
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“Deus sempre perdoa, não se esqueçam disto. Mesmo os piores pecados. O problema está em nós, que nos cansamos de pedir perdão”Dando continuidade às catequeses sobre as bem-aventuranças, o Papa Francisco falou na Audiência Geral da quarta-feira 12 de fevereiro de 2020 sobre a segunda delas: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados“.

Francisco explicou que o choro pode ter dois aspectos nas Sagradas Escrituras:

  • o sofrimento pela morte ou pela dor de alguém;
  • as lágrimas pelo pecado, quando o coração sofre por ter ofendido a Deus e o próximo.

Nesse contexto, o Papa mencionou o “dom das lágrimas”:

“Podemos amar de maneira fria? Podemos amar por obrigação, por dever? Com certeza não! Existem pessoas aflitas para consolarmos, mas, às vezes, também existem consolados que precisam sofrer a aflição, para despertarem, porque têm um coração de pedra e desaprenderam a chorar. Despertar quem não sabe se comover com a dor dos outros”.

A dor do luto, por exemplo, é um caminho amargo, mas pode ser útil para abrir os olhos sobre a vida e o valor sagrado de cada pessoa, ressaltou o Papa, enfatizando ainda a brevidade do tempo.

Quanto ao choro do arrependimento, Francisco disse que é preciso diferenciar entre quem chora pelo orgulho ferido de ter errado e quem chora porque entende que rompeu sua relação com Deus:

“Este é o choro por não ter amado: porque não se corresponde ao Senhor, que nos quer tão bem, e nos entristece o pensamento do bem não feito; este é o sentido do pecado. Deus seja louvado se nos vierem essas lágrimas!”

Francisco agregou que enfrentar os próprios erros é “difícil, mas vital”, e citou o exemplo de São Pedro, cuja decepção o levou a amar mais: Pedro olhou para Jesus, chorou e teve o coração renovado. Judas, por outro lado, não aceitou o seu erro e se suicidou.

“Entender o pecado é um dom de Deus, é uma obra do Espírito Santo. Nós, sozinhos, não podemos entender o pecado. É uma graça que temos que pedir: ‘Senhor, que eu entenda o mal que fiz ou que posso fazer’. É um grande dom. E depois de entender isso, vem o choro do arrependimento. Deus sempre perdoa, não se esqueçam disto. Mesmo os piores pecados. O problema está em nós, que nos cansamos de pedir perdão. Este é o problema: quando alguém se fecha, não pede perdão e Ele está ali para perdoar. Que o Senhor nos conceda amar em abundância, amar com o sorriso, com a proximidade, com o serviço e também com o choro”.



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