Ela partiu aos 9 anos de idade e é a santa não-mártir mais jovem de toda a história bimilenar da Igreja CatólicaCelebramos neste 20 de fevereiro a festa litúrgica de São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto, os irmãos pastorinhos que, junto com sua prima Lúcia, testemunharam as aparições de Nossa Senhora em Fátima no ano de 1917.
Jacinta e Francisco foram canonizados pelo Papa Francisco em 13 de maio de 2017, data do centenário da primeira aparição. Lúcia, que viveu durante muitas décadas além dos primos, ainda está em processo de canonização.
Centenário do falecimento de Santa Jacinta
O dia de hoje é particularmente especial porque, além de ser a festa litúrgica das duas crianças santas, também é a data dos exatos 100 anos de falecimento da pequena Jacinta, que foi chamada por Deus aos 9 anos de idade, poucos meses depois da partida de seu irmãozinho, que, por sua vez, tinha 10 anos quando voltou para a Casa do Pai – e da Mãe!
Santa Jacinta Marto é a santa não-mártir mais jovem de toda a história bimilenar da Igreja Católica.
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Uma trajetória de fé e paz em meio à dor
Nascida em 11 de março de 1910 em Aljustrel e batizada no dia 19 do mesmo mês, na igreja paroquial de Fátima, ela deixou um extraordinário testemunho de sentido ao enfrentar a doença e o sofrimento em seus curtos anos de vida. Contagiada pela assim chamada “gripe espanhola” em 1918, ela viu a morte do irmão em abril de 1919 e, enquanto era tratada em Ourém, recebeu a visita da prima Lúcia, que depois relatou tê-la encontrado “feliz por poder oferecer este sofrimento” a Deus. A pequena nunca se queixava.
Em janeiro de 1920, Jacinta precisou ser levada para o Hospital D. Estefânia, em Lisboa, onde faleceu em 20 de fevereiro.
A irmã Ângela Coelho, postuladora da causa de canonização dos dois irmãozinhos de Fátima, comenta que, na morte de Jacinta, há várias semelhanças com a Paixão de Cristo: a sede, o peito aberto e a primeira sepultura num túmulo emprestado, o jazigo do Barão de Alvaiázere, em Ourém. Só em 1º de maio de 1951 é que seus restos mortais foram trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, no Santuário de Fátima.
Mesmo tendo experimentado tanto sofrimento e tão cedo, o que a levou para ainda mais perto de Jesus padecendo na cruz, a pequena santa foi definida pela postuladora como uma criança normal como as outras de 100 anos atrás, crescida numa família de matriz cristã: uma menina “sensível, muito alegre”, com quem as crianças de hoje podem identificar-se.
A irmã Ângela afirma, em declarações à agência católica portuguesa Ecclesia, que houve “um encontro com Deus” nas aparições de 1917 que mudou a vida de Jacinta: ela passou a ser “menos centrada nela” e “muito sensível ao sofrimento dos outros”:
“O seu olhar alargou-se, olharam para cima e ficaram com um horizonte de vida imenso. As crianças são absoluta transparência ao agir de Deus”.
Pequenos pastores, grandes santos
O Santuário de Fátima recebe de várias partes do mundo um grande número de pedidos de relíquias dos irmãozinhos. A quantidade de peregrinos que visitam o túmulo de São Francisco e Santa Jacinta Marto cresce constantemente.
Celebrações especiais acontecem hoje na Capelinha das Aparições e na Basílica da Santíssima Trindade, além de atividades com crianças.
Na capital portuguesa, o centenário da morte de Santa Jacinta Marto será marcado por uma conferência no Hospital D. Estefânia, seguida de Santa Missa presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, dom Manuel Clemente.
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