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Nosso querido Bento XVI

PAPIEŻ BENEDYKT XVI
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Vanderlei de Lima - publicado em 19/04/20
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Vale a pena refletir um pouco sobre esse grande homem de Deus a partir da transcrição de algumas reflexões suas sobre temas diversosNo último dia 16 de abril, nosso querido Bento XVI, o Papa emérito, completou 93 anos de vida. Vale a pena refletir um pouco sobre esse grande homem de Deus a partir da transcrição de algumas reflexões suas sobre temas diversos.

  1. Deus de amor: “O Deus, no qual nós cremos, é um Deus da razão, mas de uma razão que certamente não é uma matemática neutral do universo, mas que é uma coisa só com o amor, com o bem. Nós rezamos a Deus e gritamos aos homens, para que esta razão, a razão do amor e do reconhecimento da força da reconciliação e da paz, prevaleça sobre as ameaças circunstantes da irracionalidade ou de uma falsa razão, separada de Deus” (Discurso no Campo de concentração Auschwitz-Birkenau, 28/05/2006).
  2. Fé e razão: “O encontro entre a mensagem bíblica e o pensamento grego não era um simples acaso. A visão de São Paulo, diante da qual se tinham fechado os caminhos da Ásia e que, em sonho, viu um macedônio e ouviu a sua súplica: ‘Vem para a Macedônia e ajuda-nos’ (cf. At 16,6-10), esta visão pode ser interpretada como uma ‘condensação’ da necessidade intrínseca de uma aproximação entre fé bíblica e o interrogar-se grego” [a Filosofia – nota nossa] (Aula Magna na Universidade de Regensburg, 12/09/2006). Em outra ocasião, Bento afirma: “Teologia e Filosofia formam nisso uma peculiar dupla de gêmeos, na qual nenhuma das duas pode ser totalmente desvinculada da outra e, no entanto, cada uma deve conservar a própria tarefa e a própria identidade” (Alocução do Santo Padre Bento XVI preparada para ser proferida na Universidade La Sapienza, 17/01/2008).
  3. A verdade: “Verdade é, primeiramente, algo ligado ao ver, ao compreender, à theoria, como é chamada pela razão grega. Mas a verdade nunca é somente teórica. Agostinho, ao fazer a correlação entre as Bem-Aventuranças no Sermão da Montanha e os dons do Espírito mencionados em Isaías 11, afirmou uma reciprocidade entre a ‘scientia’ e a ‘tristitia’: o mero saber, diz ele, nos deixa tristes. E de fato – quem vê e apreende somente tudo o que acontece no mundo, termina por ficar triste. Mas verdade significa mais do que saber: o conhecimento da verdade tem como meta o conhecimento do bem. Este é também o sentido do questionamento socrático: Qual é o bem que nos torna verdadeiros? A verdade nos torna bons, e a bondade é verdadeira: é este o otimismo que se vive na fé cristã, dado que a ela foi concedida a visão do Logos, da Razão criadora que, na encarnação de Deus, revelou-se ao mesmo tempo como o Bem, como a própria Bondade” (idem).
  4. O Vaticano II e a hermenêutica da continuidade: “Os Padres conciliares não podiam nem queriam criar uma Igreja nova, diversa. Não tinham o mandato nem o encargo para fazê-lo: eram Padres do Concílio com uma voz e um direito de decisão só enquanto Bispos, quer dizer, em virtude do sacramento e na Igreja sacramental. Então não podiam nem queriam criar uma fé diversa ou uma Igreja nova, mas compreendê-las [a ambas] de modo mais profundo e, consequentemente, ‘renová-las’ de verdade. Por isso, uma hermenêutica da ruptura é absurda, contrária ao espírito e à vontade dos Padres conciliares” (Discurso em Castel Gandolfo, 02/08/2012).
  5. O Papa não é um senhor absoluto: “O poder conferido por Cristo a Pedro e aos seus sucessores é, em sentido absoluto, um mandato para servir. O poder de ensinar, na Igreja, obriga a um compromisso ao serviço da obediência à fé. O Papa não é um soberano absoluto, cujo pensar e querer são leis. Ao contrário: o ministério do Papa é garantia da obediência a Cristo e à Sua Palavra. Ele não deve proclamar as próprias ideias, mas vincular-se constantemente a si e à Igreja, à obediência à Palavra de Deus, tanto perante todas as tentativas de adaptação e de adulteração, como diante de qualquer oportunismo” (Homilia de 07/052005 na Basílica de São João de Latrão).

Joseph Ratzinger (Bento XVI) nasceu em 16 de abril de 1927, na Baviera, Alemanha. Entrou para o seminário aos 12 anos. Sofreu os horrores do nazismo, doutorou-se em Teologia e tornou-se sacerdote, bispo e cardeal. Eleito Papa em 19 de abril de 2005, renunciou ao múnus petrino em 28 de fevereiro de 2013.

 

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