“Peçamos a ele hoje, que nos dê a todos nós, especialmente aos pastores da Igreja, mas a todos, a graça da oração, a graça da proximidade e a graça da justiça”O Papa Francisco celebrou hoje o centenário do nascimento de São João Paulo II (18 de maio de 1920), com uma Missa na capela da Basílica de São Pedro onde se encontra o túmulo do Papa Wojtyla.
Esta foi a última das Missas da manhã celebradas ao vivo streaming por Francisco desde 9 de março passado, após a suspensão das celebrações com a participação de fiéis por causa da pandemia da Covid-19.
A partir de amanhã, estão sendo retomadas na Itália e em diversos outros países as celebrações com a presença de fiéis.
Na homilia, o Papa afirmou que o Senhor ama o seu povo, e o ama também nos momentos difíceis, sempre.
Cem anos atrás o Senhor visitou o seu povo, enviou um homem, o preparou para ser bispo e guiar a Igreja. Recordando São João Paulo II retomemos isto: “O Senhor ama o seu povo”, o Senhor visitou o seu povo, enviou um pastor.
O Papa Francisco comentou em seguida “os traços” de bom pastor que podemos encontrar em São João Paulo II: a oração, a proximidade ao povo, e o amor pela justiça.
São João Paulo II era um homem de Deus porque rezava e rezava muito. Mas como pode um homem que tem tanto o que fazer, tanto trabalho para guiar a Igreja… ter tanto tempo para oração?
Ele bem sabia que a primeira tarefa de um bispo é rezar e isso não foi o Vaticano II que disse, o disse São Pedro, quando com os Doze escolheu os diáconos, disseram: “E a nós bispos, a oração e o anúncio da Palavra” (cf At 6,4).
Segundo Francisco, a primeira tarefa de um bispo é rezar. E João Paulo II sabia disso.Era um homem de oração.
O segundo traço de “bom pastor” em João Paulo II era ser um homem de proximidade.
Não era um homem separado do povo, aliás, ia encontrar o povo e rodou o mundo inteiro, encontrando o seu povo, buscando o seu povo, fazendo-se próximo. E a proximidade é um dos traços de Deus com o seu povo.
O Papa Francisco explicou que um pastor que não é próximo do povo torna-se “um hierarca”, “um administrador, talvez bom, mas não é pastor”.
Proximidade ao povo. E São João Paulo II nos deu o exemplo desta proximidade: próximo dos grandes e dos pequenos, próximo dos de perto e dos de longe, sempre próximo, se fazia próximo.
E o terceiro traço de “bom pastor” do Papa Wojtyla era o amor pela justiça.
Um homem que queria a justiça, a justiça social, a justiça dos povos, a justiça que afasta as guerras. Mas a justiça plena! Por isso, São João Paulo II era o homem da misericórdia, porque justiça e misericórdia caminham juntas, não se podem distinguir, estão juntas: justiça é justiça, misericórdia é misericórdia, mas uma sem a outra não está bem.
Francisco explicou que João Paulo II “havia sentido que a justiça de Deus tinha esta face de misericórdia, esta atitude de misericórdia. E este é um dom que ele nos deixou: a justiça-misericórdia e a misericórdia justa”.
“Peçamos a ele hoje, que nos dê a todos nós, especialmente aos pastores da Igreja, mas a todos, a graça da oração, a graça da proximidade e a graça da justiça-misericórdia, misericórdia-justiça”, encerrou o Papa Francisco.
(Com Vatican News)