São João Paulo II terminou o seu primeiro ano como Papa enfatizando a necessidade de buscarmos perdão e mantermos a unidade da famíliaTornou-se tradição na Igreja Católica encerrar cada ano com uma liturgia especial, o “Te Deum” (“A Vós, ó Deus”), que são as primeiras palavras, em latim, do hino de ação de graças “A Vós, ó Deus, louvamos“. Nessa liturgia, celebrada todo 31 de dezembro, somos convidados a refletir sobre o ano que termina e a concluí-lo com espírito de ação de graças.
São João Paulo II encerrou o seu primeiro ano como Papa celebrando a festa da Sagrada Família e destacando “os problemas humanos mais profundos estão relacionados com a família”.
Segundo ele, a família “constitui a comunidade primária, fundamental e insubstituível para a pessoa”. Por esse motivo, qualquer ataque à família causa danos irreparáveis à sociedade em geral. Além disso, ele explicou o quanto é fácil destruir os valores que preservam a família e o quanto é difícil reconstruí-los.
São João Paulo II considerava necessário terminar cada ano refletindo sobre como procuramos preservar a família, em nossa própria vida e na comunidade local, além de pedir perdão pelos momentos em que fizemos algo que a desagregasse.
Naquele final de 1978, o Papa polonês convidou:
“Encerrando este ano, agradeçamos a Deus por tudo o que, nas diversas esferas da existência terrena, torna os homens ainda mais uma ‘família’, ou seja, mais irmãos e irmãs, que têm em comum o único Pai. Ao mesmo tempo, peçamos perdão por tudo o que é alheio à irmandade dos homens, que destrói a unidade da família humana”.
Para salvarmos a sociedade e sermos luz em meio às trevas, precisamos, portanto, trabalhar primeiro com a nossa própria família, agradecer pelas muitas bênçãos que recebemos e pedir perdão por qualquer ato ou omissão que cause divisão e conflitos dentro dela.
Não precisamos esperar o fim do ano para isso. Podemos adotar o costume de nunca terminar o dia sem nos reconciliarmos, caso tenhamos discutido ou nos desentendido. E este fim de mês é uma excelente oportunidade para reforçar decididamente este propósito: jamais ir dormir brigados; sempre nos reconciliarmos antes de encerrar o dia.
Se a nossa família está desmoronando, não podemos nos surpreender ao vermos o mundo desmoronar.
Neste novo mês que vai começar, cuidemos bem da família e promovamos a reconciliação entre nós mesmos, para, então sim, conseguirmos advogar coerentemente pela paz no mundo.
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